Luanda – O embaixador de Angola no Egipto, Nelson Cosme, considerou neste sábado, no Cairo, a operacionalização do Corredor do Lobito como factor de extrema importância para a integração regional entre Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo (RDC), através do transporte ferroviário.
De acordo com uma nota de imprensa a que a ANGOP teve acesso hoje, o diplomata teceu essas considerações numa mensagem endereçada ao corpo diplomático e à comunidade angolana residente no Egipto, no âmbito do 23 de Março, Dia de Libertação da África Austral, que se assinala neste sábado.
Na ocasião, recordou que o Acordo Tripartido assinado entre os três Estados desenvolvem conjuntamente regulamentos e sistemas de corredores harmonizados, para promover o desenvolvimento de infra-estruturas.
Entre as vantagens do Corredor do Lobito, a ser implementado pelos três países da região da África Austral, o embaixador destacou o transporte de metais para fabricar veículos eléctricos e turbinas eólicas das minas do interior dos três países para o porto, reduzindo o tempo de transporte de semanas para dias.
Outra aposta, apontou, destina-seà diversificação das fontes de financiamento e concretização dos projectos dos países da região.
Sublinhou que a República de Angola procurará garantir a execução dos principais objectivos da SADC, que consistem em alcançar o desenvolvimento económico, a paz e a segurança, o crescimento, reduzir a pobreza, elevar o nível e a qualidade de vida das populações da África Austral.
No âmbito da Agenda da União Africana 2063, o embaixador angolano referiu que uma das novas propostas do bloco é desenvolver uma união aduaneira com a redução ou a eliminação das tarifas alfandegárias.
Com isso, prosseguiu, propõe-se garantir o desenvolvimento económico dos países envolvidos, com a ampliação e o fomento do mercado interno, bem como impulsionar a implementação da Zona de Comércio Livre.
Quanto ao dia 23 de Março, Nelson Cosme lembrou que o ponto fundamental desta data foi a conhecida Batalha do Cuito Cuanavale, ocorrida entre 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988, na província do Cuando-Cubango, onde confrontaram-se os exércitos de Angola (ex-FAPLA), contra o exército sul-africano, considerada a mais prolongada batalha que teve lugar no continente africano, desde a Segunda Guerra Mundial.
Durante a Presidência rotativa da SADC por Angola, assumida em Outubro de 2023, para o período 2023-2024, o embaixador disse que o principal desígnio é fazer uma região pacífica, inclusiva, competitiva e industrializada, através da implementação dos objectivos definidos, como o alcance da valorização do capital humano, questões financeiras, paz e estabilidade na região.
Realçou, igualmente, que Angola continua a defender uma frente mais unida e uma voz comum para salvaguardar a posição da Organização em questões internacionais fundamentais, como a paz, segurança, o reforço da democracia, desenvolvimento sustentável e alterações climáticas.
Além de Angola, a SADC é composta pelo Botswana, Comores, República Democrática do Congo, Eswatini, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. CLAU/QCB