Luanda – O economista angolano Carlos Rosado de Carvalho considerou nesta quarta-feira, em Luanda, o mercado de capitais como um veículo importante que pode contribuir para o financiamento das empresas do sector petrolífero.
Em declarações à ANGOP, à margem da conferência de imprensa de prorrogação da venda de 37,47% das acções da empresa angolana Exploração Petrolífera S.A (ACREP), o especialista apontou o sector petrolífero como uma das indústrias que precisa de um capital financeiro elevado, com riscos associados, sendo os frutos colhidos a médio ou longo prazo.
Por isso, avançou, as empresas petrolíferas recorrem muito às emissões de obrigações, uma dívida feita com investidores, em geral, ao invés de ser dívida com o banco.
De acordo com Carlos Rosado, os mercados financeiros são relativamente sofisticados, devendo existir maior aposta na literacia financeira.
Apelou também aos órgãos de comunicação social a abordarem mais sobre a bolsa, para promover a literacia financeira.
Defendeu, igualmente, a necessidade de haver mais transparência na prestação de contas e dos accionistas.
O período de venda de 37,47% das acções da empresa angolana Exploração Petrolífera S.A (ACREP), através da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), foi prorrogado para até às 15h00 do dia 15 deste mês, uma decisão aprovada pela Comissão do Mercado de Capitais (CMC).
A prorrogação do prazo fundamenta-se, entre outros aspectos, na concentração de pedidos de abertura de conta na parte final do período da oferta pública global, “não tendo sido possível dar resposta em tempo útil a tais pedidos”.
O alargamento desse período permite, igualmente, assegurar o cumprimento dos melhores padrões regulatórios e de conformidade.
Nesta Oferta Pública de Subscrição (OPS), são oferecidas até 600 mil e 890 acções ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal unitário de 3 250 kwanzas, representativas de até 24,99% (em caso de subscrição completa) do capital social da ACREP.
Já na Oferta Pública de Venda (OPV) são oferecidas 300 mil acções ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal unitário de kz 3 250, representativas de até 16,63% do capital social actual da ACREP, actualmente detidas pelo accionista BPC.
A ACREP é uma empresa fundada em 2003, que actua no sector de Petróleo e Gás em Angola, enquanto além-fronteiras é marcada com uma estratégia que começou com a exploração petrolífera em campos maduros, a aquisição de 15% de interesses participativos no bloco offshore 4/05, 5% no bloco offshore 17/06 e 15% do bloco terrestre Cabinda Norte, em 2005, 2006 e 2007, respectivamente.
Em 2016, a empresa adquiriu 12,5% dos interesses participativos no bloco Bloco offshore 2/05 e quatro anos depois adquiriu interesses participativos de 10% no bloco 1/14. HM/QCB