Luanda – O economista António Estote defendeu a aplicação de uma política monetária que influencie na taxa de câmbio através da economia real, ao invés de se reduzir a taxa de câmbio de forma administrativa ou pontual, a fim de se evitar a constante subida do preço das moedas estrangeiras e consequente desvalorização do Kwanza – moeda de Angola.
Segundo o técnico, a política orientada pela economia real pode gerar a concessão de mais créditos à economia, um dos factores que estimula a produção interna e, por sua vez, reduz a importação de bens alimentares e a procura de divisas, valorizando a moeda nacional.
Por outro lado, o economista advoga a necessidade de se deixar a narrativa ou a teoria da diversificação económica para acções mais concretas/reais, com vista ao aumento da produção nacional.
“Quando se fala da diversificação da economia, temos de monitorar de forma permanente os indicadores concretos sobre o nível de importação dos principais produtos alimentares, como o arroz e frango, bem como aferir o nível de exportação de produtos nacionais não petrolíferos, para se conseguir mensurar se as políticas públicas aplicadas estão ou não a surtir o efeito desejado”, aconselhou.
O economista apresentou essas posições no Fórum sobre Crescimento Económico e Sustentabilidade de Angola, promovido pela empresa de consultoria Efinanças.
No evento, foram abordados, entre outros, o “Desenvolvimento económico e sustentabilidade”, “Privatização de empresas públicas”, “O papel das políticas públicas” e “A contribuição da transformação digital”.
Divididos em dois painéis, os respectivos temas foram orientados pelos economistas Rui Malaquias, Euriteca Nunes, António Estote e o engenheiro em tecnologia Osvaldo de Jesus, que interagiram com uma plateia que lotou o auditório do evento.
Na ocasião, a directora da Efinanças, Euriteca Nunes, disse que o objectivo do Fórum, que se prevê ser realizado a cada três meses do ano, foi reflectir sobre a situação económica actual e a sustentabilidade angolana, trazendo algumas soluções que serão submetidas aos decisores e fazedores de políticas públicas.
A também economista de profissão, considerou ser necessário que o processo de desenvolvimento económico e social do país seja acompanhado com uma boa política ambiental, para assegurar o futuro das próximas gerações.
Essa foi a primeira edição do Fórum sobre Crescimento Económico e Sustentabilidade de Angola, promovido pela empresa de consultoria Efinanças. QCB/PPA