Economista considera Corredor do Lobito “trampolim” para internacionalização das empresas

     Economia           
  • Benguela     Quinta, 25 Abril De 2024    14h59  
Economista Samuel Gomes, assessor do Gabinete Provincial para o Desenvolvimento Económico Integrado de Benguela (GPDEI)
Economista Samuel Gomes, assessor do Gabinete Provincial para o Desenvolvimento Económico Integrado de Benguela (GPDEI)
José Honório-ANGOP

Benguela – O economista Samuel Gomes considerou, esta quinta-feira, em Benguela, o crescimento e desenvolvimento do Corredor do Lobito como “trampolim” para a internacionalização das empresas angolanas, sobretudo na Região Centro-Sul, visando diversificar as exportações.

O economista falava à ANGOP, à margem do 1ª edição do Fórum Internacional para Investimento na Região Centro-Sul de Angola, que está a debater, em Benguela, os desafios e oportunidades de negócios do Corredor do Lobito para o empresariado nacional.

Para Samuel Gomes, que é também primeiro assessor do Gabinete Provincial para o Desenvolvimento Económico Integrado (GPDEI), o Corredor do Lobito alberga um aglomerado populacional significativo, estimado em cerca de oito milhões e 500 mil habitantes, internamente, e 150 milhões se se incluir a República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia, países encravados, isto é, sem saída para o mar.

Neste contexto, sublinhou que isso abre uma oportunidade para os empresários angolanos analisarem os seus projectos de investimentos, expandindo a sua linha de actuação para a região, no âmbito do processo de internacionalização das empresas nacionais.

Até porque, segundo ele, existem muito boas perspectivas face às potencialidades deste corredor, cabendo aos empresários nacionais apostar seriamente na produção interna, para garantir a autossuficiência alimentar do país, bem como a diversificação das exportações para a região.

“Aqueles investidores nacionais que estavam muito virados ao processo de importação devem se tornar nos grandes produtores de alimentos, que vão dar uma autonomia alimentar local, mas também diversificar a nossa exportação e ajudarmos o nosso país a crescer”,  comentou.

Visto ser um dos grandes projectos que está a ser dinamizado na região, Samuel Gomes reforça a ideia de que o expressivo aglomerado populacional do Corredor do Lobito acaba por ser uma excelente oportunidade para que os projectos privados se insiram no programa Diversifica Mais.

Parcerias de negócios

Na análise do economista, a realização deste Fórum Internacional de Investimento, com enfoque nas crescentes oportunidades de negócios do Corredor do Lobito, é também uma amostra do envolvimento do Governo Provincial de Benguela nas iniciativas do sector privado.

Porém, avisa que as empresas locais têm que se organizar e pôr em acção a sua perspectiva de diplomacia económica, atraindo investimento estrangeiro na região e firmando parcerias de negócios rentáveis para reforçar a diversificação económica do país.

Sobre o potencial de Benguela, o assessor do Gabinete Provincial para o Desenvolvimento Económico Integrado destaca a existência de produtos estratégicos nos sectores da produção de sal, pescas e agricultura, onde, como notou, já se vislumbram boas perspectivas de crescimento das empresas.

“É sobejamente sabido que o feijão de Benguela é exportado para a RDC  (…). Acaba por ser um bom indicador de que se pode alavancar toda a produção estratégica e inserir as nossas empresas no contexto internacional”, afiançou.

Samuel Gomes faz uma retrospectiva da dinamização do Corredor do Lobito nos últimos dez anos e diz que “muita coisa está a acontecer”, destacando não só o Fórum Internacional de Investimento, como o workshop para a elaboração do Plano Director do Corredor do Lobito.

Tudo isso, apontou, são indicadores suficientes para que as empresas olhem para a região com “olhos de ver”, tendo em vista o programa Diversifica Mais, que irá potencializar quer as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, interligadas pelo Corredor do Lobito, quer outras localidades a Norte e Sul do país.

Agricultura, Indústria, Mineração, Transportes e Logística são os temas que centralizam as atenções dos empresários, empreendedores e investidores presentes neste evento, no Centro de Conferências Sócio-Pastoral Dom Armando Amaral dos Santos, na cidade de Benguela.

Até sexta-feira, terceiro e último do certame, estão previstos cerca de 300 participantes e oito oradores  nesta conferência, promovida pela Câmara de Fomento Empresarial de Angola, com sede em Benguela. JH/CRB

 





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