Malanje- O economista, Francisco Tavares, considerou hoje, a saída de Angola da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como uma decisão acertada, que vai atrair mais investidores do ramo no país e permitir maior arrecadação de receitas por parte do Estado, via impostos.
Em entrevista à ANGOP, o especialista referiu que, até então, Angola pouco beneficiava com os limites de produção impostos pelo cartel, pelo que a sua saída a partir de 1 de Janeiro de 2024 permitirá elevar os níveis de produção, os lucros para as empresas que operam no sector e consequentemente o aumento de divisas para o país.
Disse que a medida peca por tardia, argumentado que a permanência de Angola na OPEP constituía uma desvantagens para atrair novos investidores, tendo em conta a quota de produção estabelecida pela organização, de 1,110 milhões de barris de petróleo bruto por dia.
A mesma visão é partilhada pelo especialista em Mercados Financeiros, Filipe Bondo, que realçou que a decisão vai dar autonomia ao país e assegurar uma produção que possa ser vantajosa.
Por outro lado, manifestou o seu receio quanto à fragilidade da protecção intercontinental que a OPEP vinha conferindo ao país no mercado do crude.
De recordar que Angola protestou, no princípio do mês, da decisão da 36° reunião ministerial da OPEP+ de atribuir uma quota de produção de um milhão 110 mil barris de crude dia, contrariando a proposta angolana de um milhão 180 mil barris diários.
A OPEP é uma organização intergovernamental de 13 nações, fundada em 15 de Setembro de 1960 em Bagdad pelos cinco membros fundadores (irão, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela).
Tem a sua sede, desde 1965, em Viena, Áustria, e em Setembro de 2018, os 14 países membros representavam 44% da produção global de petróleo e 81,5% das reservas comprovadas do mundo.
A OPEP goza de uma grande influência nos preços globais de petróleo, previamente determinados pelos chamados agrupamento "Sete irmãs" de empresas multinacionais de petróleo. ACC/PBC