Ondjiva – Dois mil litros de gasolina para o comércio ilegal na República da Namíbia foram apreendidos, nos últimos cinco dias, no posto fronteiriço de Santa Clara, província do Cunene, durante a operação Policial denominada "Operação Okukomba".
A operação, com duração de 10 dias, visa desencorajar o contrabando de combustíveis, pois tem sido uma prática frequente ao longo do perímetro fronteiriço entre Angola e Namíbia.
A informação foi prestada esta terça-feira, à ANGOP, pelo porta-voz da Polícia Nacional no Cunene, superintendente Nicolau Tuvekalela, tendo acrescentado, na ocasião, que estão a intensificar as acções de controlo, para impedir a saída de combustível de forma ilegal.
Explicou que a Polícia tem informações de que os indivíduos envolvidos neste crime, que se colocam em fuga, adquirem o combustível nas bombas de Ondjiva e Santa Clara e, depois, marcam encontro com os compradores namibianos.
“Os envolvidos são motivados pelo lucro fácil, visto que compram o bidón de 25 litros no valor de quatro mil kwanzas e o vendem a namibianos no valor de 12 mil, de acordo com o câmbio do dólar namibiano no mercado”, realçou.
Fez saber que os contrabandistas utilizam caminhos proibidos, para transpor a fronteira com combustíveis e outros produtos da cesta básica.
“Temos informações de que muitos motociclistas usam as tácticas de abastecimento dos depósitos, várias vezes, até completar as quantidades que querem nos bidões”, informou.
Referiu que há necessidade de os responsáveis das bombas de combustível adoptarem métodos que ajudam a polícia a conter o contrabando da gasolina.
Nicolau Tuvekalela sublinhou que, para além do combate ao crime, a polícia nacional faz sensibilização dos cidadãos, para evitarem práticas do género, uma vez que constitui crime.
Em função desta prática, nos últimos três meses, nas cinco bombas de combustível de Ondjiva e Santa Clara, sendo três da Sonangol e duas da Pumangol, registam-se grandes enchentes de viaturas e motociclos.
O automobilista Celestino Panduleinge afirmou que o abastecimento tem sido muito lento, o que acaba por provocar muitas enchentes e, no final, muitos ficam sem abastecer a viatura com gasolina.
Oliveira Campos disse que o mau atendimento resulta da negligência dos próprios funcionários das bombas, que preferem abastecer as pessoas que vêm com bidões e depois vão vender na Namíbia.
A província do Cunene partilha uma fronteira de 460 quilómetros com a República da Namíbia, 340 dos quais terrestres e 120 fluviais.
Na fronteira entre Angola/Namíbia estão localizados três postos fronteiriços, nomeadamente de Santa-clara, Calueque e Ruacaná.
