Luanda – A distinção do sector da aviação civil de Angola, no Egipto, com o prémio de prestador de serviços do ano 2023, concedido pela Associação das Linhas Aéreas Africanas (AFRAA), pela melhoria do seu desempenho, é um dos factos que marcou o noticiário económico da ANGOP nos últimos sete dias.
Anunciada na cidade do Cairo, no âmbito da 56ª Assembleia-Geral anual da AFRAA, realizada de 17 a 19 deste mês, a distinção inclui igualmente a qualidade do serviço da ENANA e a abertura do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN), que perspectiva novas vantagens para o sector.
Coube ao secretário de Estado para os sectores da Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Rui Carreira, a recepção do prémio (uma estatueta símbolo da Associação das Linhas Aéreas Africanas), entregue pelo ministro da Aviação Civil do Egipto, Zaki El-Hefny.
A AFRAA premeia, anualmente, diferentes companhias aéreas, em reconhecimento pelos serviços prestados, incluindo a abertura de novas rotas, melhor performance financeira e operacional.
Na ocasião, deu-se a conhecer que o país vai acolher, no próximo ano, a 57.ª Assembleia Geral Anual da Associação Africana de Companhias Aéreas (AFRAA), devendo a TAAG assumir a presidência rotativa da instituição.
Por outro lado, Angola assumiu a presidência rotativa do Fórum das Inspecções de Segurança Alimentar e das Actividades Económicas (FISAAE) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), após a eleição do inspector-geral da ANIESA, João Quiúma, ao cargo para os próximos dois anos.
O pleito teve lugar durante o 8º fórum da FISAAE, que Luanda acolheu, e o país substitui Moçambique na liderança dessa organização, cuja vice-presidência é ocupada por Portugal.
Outro facto de realce prende-se com o fim da recolha massiva de dados sobre o Recenseamento Geral da População e Habitação “Censo 2024”, iniciada a 19 de Setembro último, no país, anunciado pelo coordenador adjunto da comissão multissectorial de apoio à realização do processo, José Calengi.
Ao falar em conferência de imprensa, o também director-geral do Instituto Nacional de Estatística (INE) informou que a recolha massiva terminou com a listagem de 77% do total da população projectada, o que corresponde a mais de 27 milhões de habitantes recenseados neste período. A população projectada para este ano é de 35 milhões 121 mil e 734 habitantes.
Apesar de se concluir a recolha massiva, salientou, existe ainda trabalho por se fazer em algumas localidades urbanas, de modo a garantir a cobertura total das áreas em falta, pelo que, a recolha em campo vai continuar através do método de “repescagem” e das linhas telefónicas de atendimento ao público disponibilizadas nas plataformas digitais do Censo 2024, com vista a se ultrapassar esses desafios.
A listagem permitiu fazer o registo prévio das populações de todo país, com taxas de cobertura mais elevada nas províncias da Lunda-Norte, com 112.1%, Benguela (110%), Lunda-Sul (109.9%), Cabinda (102.2%), Moxico (99%) e Cuanza-Norte (91.7%).
Na semana em referência, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, fez saber que o país perspectiva iniciar, em 2025, a produção de gás natural não associado ao petróleo, através do Novo Consórcio de Gás (NCG) composto pelas operadoras Sonangol, Azule Energy, TotalEnergies e Cabinda Gulf.
O projecto vai permitir a criação de 400 empregos durante a fase de construção das plataformas e mais 300 postos de trabalho no decurso da construção da planta de tratamento do gás em terra, no município do Soyo, província do Zaire.
Para o início das actividades de exploração nos campos denominados “Quiluma” e “Maboqueiro”, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e o NCG assinaram o contrato de serviço com risco, avaliado em cerca de quatro mil milhões de dólares norte-americanos, para cobrir os custos de capital e operacionais ao longo do ciclo de vida do projecto.
A presentação da 17ª Cimeira de Negócios EUA-África, a ter lugar de 23 a 27 de Junho de 2025, em Angola, marcou também o noticiário desta agência.
Durante o acto, o ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns, destacou a parceria americana nos sectores da energia e tecnologia, salientando que os Estados Unidos da América figuram entre os principais investidores em Angola, com presença significativa nestas áreas.
Fizeram ainda eco nos últimos sete dias, o workshop sobre “Revisão da Carteira de Projectos do BAD em Angola”, a assinatura do acordo para dinamização das concessões no Corredor do Lobito, bem como a reunião do Comité de Política Monetária do BNA.
Ao intervir no workshop, o secretário de Estado para o Investimento Público, Ivan dos Santos, reiterou a intenção de o país alargar o seu portfólio de projectos junto do BAD, para prosseguir os desafios da segurança alimentar.
Actualmente, a carteira desta organização financeira multilateral tem activo 1.3 mil milhões de dólares, para financiamento de 11 projectos, e apoio à tesouraria no país, ligados sobretudo à energia (42%), água e saneamento (19%), agricultura (16%), sector social (13%) e finanças (10%), montante que ainda não é um número desejado, segundo o governante.
Quanto às concessões fundiárias no Corredor do Lobito, foi rubricado um memorando de entendimento, para aceleração dos processos, entre a direcção do Projecto Diversifica Mais e o Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), consubstanciado na disponibilização de meios técnicos e de transporte ao instituto, a fim de reforçar a sua capacidade de actuação..
O documento foi assinado pelos directores das respectivas instituições, nomeadamente Laércio Cândido, pelo projecto, e Conceição Cristóvão, do instituto geográfico, em prol da dinamização do programa de diversificação económica em curso no país.
Na ocasião, foi, formalmente, entregue equipamento informático e geodésico, além de quatro viaturas (Toyota), em acto presenciado pelos secretários de Estado para Investimento Público, Ivan dos Santos, e para o Urbanismo e Habitação, Manuel Canguezeze.
Ainda sobre a zona ferroviária do Lobito, destacou-se, na semana, a aquisição de 275 vagões contentores, pelo consócio Lobito Atlantic Railway (LAR), para reforçar a capacidade de transporte a nível deste corredor.
Os vagões, provenientes da África do Sul, têm capacidade para 60,5 toneladas, sendo concebidos para transportar um contentor de 40 pés cada e oferecer flexibilidade logística à operação do LAR e dos clientes.
O Corredor do Lobito envolve um conjunto de infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias, sendo que esta última atravessa o território nacional do Lobito, na província de Benguela, ao Luau (Moxico), passa pela República Democrática do Congo (RDC) e atinge a Zâmbia.
Por seu turno, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, informou que este ano a moeda nacional está depreciada apenas na ordem dos nove por cento, ao passo que em 2023 o kwanza teve uma depreciação na ordem dos 40 por cento, devido a escassez de divisas no país.
“Este facto permanecerá até ao final do ano, a julgar pela relativa estabilidade da taxa de câmbio”, assegurou o governador do banco central, adiantando que a inflação mensal desacelerou na ordem dos 1,55 por cento, em Outubro, face aos 1, 63 por cento no mês de Setembro.
Já o representante residente do FMI em Angola, Victor Lledo, manifestou intenção de a instituição apoiar o país, a partir de 2025, nos esforços tendentes à implementação do plano do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), que prima pelo combate ao branqueamento de capitais.
O apoio estará também voltado ao treinamento de pessoal, para melhorar as estatísticas macroeconómicas de Angola, de acordo com o responsável, que falava na cerimónia de apresentação do relatório sobre “perspectivas económicas regionais da África subsariana”.
De referir que a intenção do Fundo Monetário Internacional surge quase um mês depois do plenário do GAFI ter deliberado, a 25 de Outubro último, em Paris (França), a inclusão de Angola na lista de países sob monitorização reforçada.
A apresentação do roteiro turístico angolano “Ombala Yo Balundo”, nas actividades alusivas à semana da “Consciência Negra”, no Brasil, e a exposição de produtos “Made in Angola” na Feira Internacional de Vinho, Gastronomia e Turismo, em Belgrado (Sérvia), constam igualmente entre os factos marcantes da semana finda. VC