Luanda – A relação bilateral entre a Angola e Marrocos é caracterizada por uma “parceria activa”, segundo a representante permanente da República de Angola junto do Escritório das Nações Unidas e de outras organizações em Genebra, Suíça, Margarida Izata.
Citada numa nota de imprensa a que a ANGOP teve acesso hoje, a também embaixadora falava durante a sessão dedicada à sexta revisão da política comercial de Marrocos, que decorre nos dias 22 e 24 deste mês, na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), na Suíça.
Na ocasião, disse que, apesar de modesta a parceria entre Angola e Marrocos, ambos países são activos na União Africana e na Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCTFA), para além de serem membros da OMC desde 1995 e 1996, respetivamente.
Realçou que, durante o ano de 2022, Angola exportou para Marrocos principalmente resíduos alimentares e substâncias relacionadas, compostas por farelo, café, chá, mate e especiarias, enquanto que anteriormente Angola importava de Marrocos essencialmente produtos químicos e minerais e peixe transformado.
De acordo com a diplomata, a relação comercial pode-se considerar “muito modesta e desequilibrada”, facto que obriga desenvolver mais nos próximos anos.
Considerou que as relações comerciais entre os dois países ainda estão muito aquém das expectativas, por isso, assegurou abrir caminho para elevar a cooperação ao nível de uma parceria activa e construir novos laços económicos e comerciais, bem como investimentos rentáveis.
A embaixadora, que chefiou a delegação angolana ao evento, saudou o importante resultado da sexta avaliação das políticas e práticas comerciais de Marrocos, enfatizando que o relatório marroquino e do secretariado da OMC forneceram uma análise exaustiva da evolução económica e comercial de Marrocos nos últimos sete anos.
Reconheceu, por outro lado, ser notável constatar, que apesar da crise pandémica mundial e dos últimos anos de confrontos dramáticos e de mudanças geopolíticas, Marrocos cresceu a uma média de 2,1% por ano, mobilizando uma democracia consolidada, uma diversificação económica e investimentos globais no desenvolvimento humano.
“Angola louva o contínuo empenho e trabalho árduo de Marrocos no enquadramento e apoio às iniciativas mais relevantes do Grupo Africano. Aplaudimos, igualmente, os esforços sinceros de Marrocos para promover a integração dos países africanos e árabes na OMC”, enalteceu.
Lembrou ainda que, no decurso de 2023, Marrocos tornou-se também o principal destino africano de Investimento Direto Estrangeiro, o principal investidor africano interno na África Ocidental e o segundo maior investidor africano em todo o continente.
Para a Embaixadora Margarida Izata, a evolução positiva e resiliente da economia marroquina desde 2016 se deve a reformas fundamentais, implementadas a par da abertura das políticas comerciais aos mercados internacionais, através da aplicação dos vários acordos comerciais a nível bilateral, regional e multilateral, da negociação de novos acordos e de uma maior organização e transparência das práticas comerciais.
O Exame da Política Comercial (EPC) faz parte do Mecanismo de Revisão da Política Comercial (MEPC), que visa ajudar os Estados-membros da OMC no cumprimento das regras, disciplinas e compromissos dos acordos desta organização internacional.
Em Março última, Angola foi submetida ao mesmo exercício, tendo sido representada por uma delegação chefiada pelo ministro do Comércio e Indústria, Rui Miguêns de Oliveira. QCB