Luanda - Especialistas ligados ao ramo das tecnologias de informação(TI) destacaram, esta quinta-feira, os passos dados na digitalização de alguns serviços públicos e ao mesmo tempo apontam a existência de alguns sectores que precisam ter maturidade tecnológica.
O ponto de vista foi de especialistas que participaram na 2.ª edição do "Angola Digital Forum", que reuniu mais de 20 empresas de vários segmentos do sector das tic que operam no país.
Na abordagem do tema sobre "Digitalização e Segurança Cibernética nos Serviços Públicos", os especialistas destacam o Ministério das Finanças, o Banco Nacional de Angola que estão "ano luz" em relação a outros sectores no que diz respeito à digitalização dos serviços públicos.
Na lista dos sectores considerados com " maturidade tecnológica" segue o da Justiça e Direitos Humanos, da Administraçao Pública, Trabalho e Segurança Social, o da Saúde, Educação, entre outros.
Estes sectores prestam alguns serviços eletrônicos que dispensam a deslocação dos utentes, assim como a acumulação de pilhas de papéis.
Willian Oliveira, representante da TIS TECH, considera que a digitalização dos serviços públicos constitui ainda um grande desafio.
No seu entender, as infraestruturas que existem em Angola tendem a demanda da digitalização, mas os pesos e contra pesos da cibersegurança ainda criam um ‘freio’ dos serviços da digitalização.
‘ A maturidade das entidades são muito diferentes, não são homogêneas. Uniformizar as infraestruturas tecnológicas do país, eu acho é um principal desafio para que todos tenham as mesmas ferramentas’, observou William Oliveira, sustentando que fica difícil comparar determinadas entidades sobre a sua maturidade tecnológica e de conhecimento.
Colocar as infraestruturas tecnológicas e colocar as mesmas no mesmo patamar, constitui um dos desafios para o país, apesar de haver melhorias, segundo Oliveira.
Para outro especialista Filipe Rekte da ETIC, Angola investiu muito nas infra-estrututas tecnológicas, mas disse ser fundamental medir a maturidade das instituições, visto que algumas têm muita maturidade tecnológica e outras não.
Ivo Martin, representante da empresa Aurora Borealis, diz também que a questão da maturidade e das assimetrias que podem existir entre varıas instituições são diferentes.
Segundo o especialista, os programas digitais visam a redução de custos e transparência entre o Estado, Governo, cidadãos e empresas.
"Como cidadão e utente dos serviços publicos eu quero a minha vıda simplifica. Não quero estar numa fila, por exemplo num Guichê para conseguir um alvará ou uma declaração qualquer", defendeu Ivo Martin.
A nível de África aponta, como exemplo, o Beni, que tem um portal de serviços disponível em online, que permite a criação de empresas na hora e outros documentos.
Já Alcides Miguel do Banco Atlântico dız ser difícil analisar a maturidade tecnológica quando não se tem uma ‘fremwork’ para qual vai-se analısair essa maturidade.
Para o especialista, e importante que o Estado, através do INFOSI-Instituto Nacional de Fomento da Sociedade de Informação- definir uma ‘fremwork’ que todos os organismos públicos deveriam estar regulados.
"Não podemos dizer que esta entidade tem maior maturidade que a outra se não tıvermos uma base pela qual vamos medir essa maturidade", observa Alcides.
Quanto as infraestruturas tecnológicas disse ser importante que se olhe da base ao topo, tendo em conta as assiimetrias e acesso de dados e informação.
Nesta edição do Angola Digital Forum partiram mais de 20 especialistas angolanos e estrangeiros do sector tecnológico, que analisaram o impacto das novas tecnologias em vários sectores do país.NE