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Bairro piscatório do Buraco no Mussulo intransitável

     Economia              
  • Luanda • Segunda, 20 Junho de 2022 | 14h02
Praia do bairro do Buraco-abundante em peixes
Praia do bairro do Buraco-abundante em peixes
Domingos Cardoso

Ramiros - A via que liga o bairro do Buraco, na comuna do Mussulo, município do Talatona e a EN100, em Luanda, está intransitável e a impedir o desenvolvimento da vida dos moradores e o comércio de pescado na região, devido o excesso de buracos.

A situação está a dificultar a vida de pelo menos 500 mil habitantes do bairro do Buraco, pescadores, automobilistas e compradores de peixe.

O bairro do Buraco é o único sector da comuna do Mussulo ligado por via terrestre com o continente e é um importante mercado onde abunda variedade de pescado fresco e seco a preços acessíveis. E é, por esta razão, muito frequentado por consumidores e comerciantes de várias partes do país.

As suas praias são muito abundantes em peixe  corvina, linguado, sardinha, bacalhau, Santo António, bacalhau, cachucho, baiacu e pargo.

Em declarações à ANGOP, compradores e frequentadores do local falaram da necessidade de uma rápida intervenção no troço de aproximadamente 15 quilómetros de terra abatida e arenosa

O difícil acesso devido à degradação da via, segundo os entrevistados, compromete o desenvolvimento da região e, consequentemente, o preço da tarifa de táxi assim como do pescado no consumidor final.


A peixeira Juliana Mendes que, frequentemente, compra peixe seco no “Buraco”, e comercializa em várias zonas de Luanda,  adiantou que o mau estado da estrada tem dificultado a circulação das viaturas e a corrida do táxi até o distrito dos Ramiros.

Nessa altura, disse a peixeira, a corrida do táxi para os Ramiros está agora fixada em mil kwanzas – uma situação promove a subida do preço do peixe na revenda, sublinhou.

“ Por exemplo, quatro corvinas médias com aproximadamente quilo e meio, que compramos a mil e 500 kwanzas no Buraco, somos obrigados a revender com um acréscimo de mil, devido ao custo da passagem e da carga”, justificou.


A sua colega, identificada como Marcela Jamba, reforçou a preocupação, apelando às autoridades da província a se empenharem na melhoria da via, principalmente nesta estação seca. Justificou, que no tempo das chuvas a situação é pior porque carros pequenos não conseguem circular na região.

De acordo com o armador Antonino Francisco, a situação da estrada é crítica, visto que o mau estado tem dificultado a circulação, originando altos custos na transportação e, consequentemente, sobre para o consumidor.

“Economicamente, a zona piscatória é muito importante pelo facto de se capturar diariamente mais de duas toneladas de pescado diverso, por armadores de pesca artesanal e semi-artesanal”, disse o entrevistado.

Por sua vez, o presidente da cooperativa de pesca artesanal “ Hady wabo” (palavra da língua nacional kimbundo que significa “Sofrimento acabou”), António Francisco, disse que a maioria do pescado, principalmente peixe seco, é comprado por empresários do sector provenientes do interior dos pais.

A ANGOP apurou, de uma fonte da administração municipal do Talatona, que está em curso um trabalho de levantamento de dados para a reabilitação da referida via em terraplanagem numa primeira fase, antes do início do período chuvoso.

Neste momento, o sector conta com 45 armadores legais distribuídos em três cooperativas de pesca artesanal e mais de 200 trabalhadores directos e indirectos, na sua maioria mulheres, que exercem a actividade de escalar e secar peixe para comercializar num mercado local  e em outros, no interior do país.

 





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