Lubango - A embaixadora da União Europeia (UE) em Angola, Rosário Bento Pais, afirmou esta quinta-feira, no Lubango, província da Huíla, que o desenvolvimento do Corredor do Lobito é a principal prioridade da organização da Europa para os próximos anos, com vista à diversificação da economia e criação de empregos.
A diplomata fez este pronunciamento, no 10º Comité de Direcção do Programa Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN), para analisar, discutir e definir a direcção do projecto na próxima e última fase de sua implementação, avaliando os progressos alcançados, os desafios enfrentados e as oportunidades que ainda têm para fortalecer a resiliência e a segurança alimentar nas províncias da Huíla, Namibe e Cunene.
Na ocasião realçou que neste momento e para os próximos anos a prioridade da UE em Angola é o desenvolvimento desse Corredor, não apenas como um objectivo de transporte geoestratégico ao nível mundial, mas sobretudo, como um corredor económico com o potencial de diversificar a economia e criar empregos para os jovens, até os de províncias adjacentes.
Segundo a embaixadora, isso não significa que deixará de trabalhar noutras províncias, sobretudo naquelas que podem, de algum modo, apoiar o desenvolvimento do Corredor, mas admite que o foco nas suas acções está aí, devendo criar sinergias que possam ter efeitos positivos também no resto do território.
Disse crer, a curto prazo, no desenvolvimento do Corredor de Lobito, que vai reforçar um eixo económico e de transporte deslocalizado da capital e mais próximo ao Sul de Angola, podendo assim beneficiar essas províncias, tornando-as mais próximas do desenvolvimento económico, não só do país, mas de toda a região da África Austral, pois os recursos humanos e materiais, assim como os de produção agrícola, alimentarão também o seu desenvolvimento.
A diplomata afirmou que no longo prazo, o sucesso deste Corredor poderá incentivar o fortalecimento de outros corredores ou sub-corredores económicos importantes para Angola e para a região, por último, no contexto desta estratégia – Global Gateway e Corredor de Lobito, um novo Programa está a ser desenhado para apoiar o desenvolvimento de cadeias de valor agrícola, no montante de 50 milhões de euros, para aprovação este ano.
O objectivo, segundo Rosário Bento Pais, é apoiar as cadeias de valor que ainda estão em fase de desenvolvimento com Governo e com um grupo de consultores, bem como desenvolver ao longo desse Corredor a produção em grande escala.
Nesta perspectiva, assegurou que manter-se-á o foco da resiliência e da segurança alimentar, a que se junta à capacidade de produção e comercialização a nível nacional e internacional.
“Um primeiro atelier com representantes dos vários ministérios teve lugar na semana passada em Luanda e continuaremos a trabalhar no desenho desse programa. Embora num contexto distinto, apelo a que as lições aprendidas do FRESAN possam ser partilhadas e difundidas também no contexto deste novo Programa, sendo que na Huíla, no Cunene e no Namibe, continuaremos com outros projectos, entre os quais o PASCAL na Huíla”, aludiu.
O FRESAN é uma iniciativa do Governo de Angola, financiada pela União Europeia, co-gerida e co-financiada pelo Camões, I:P. que pretende contribuir para a redução da fome, da pobreza e da vulnerabilidade à segurança alimentar e nutricional no Cunene, na Huíla e no Namibe. BP/MS
