Luanda - O investimento do país em hidrocarbonetos pode atingir 580 mil milhões de dólares em 2024 ( um dólar vale kz 828,91), representando um aumento de 11% em relação a 2023, aponta um estudo da Deloitte.
Os dados constam do estudo Oil & Gas Industry Outlook 2024 da Deloitte a que a ANGOP teve acesso esta terça-feira, projectando que sejam gerados mais de 800 mil milhões de dólares em fluxos de caixa livres ao longo do ano.
A indústria global de petróleo e gás teve um arranque sólido em 2024, impulsionado pela robustez financeira e pelos elevados preços do petróleo, revela o estudo Oil & Gas Industry Outlook 2024 da Deloitte.
Em termos económicos, qualquer flutuação do dólar americano, com relação a outras moedas, combinado com a trajectória da actividade industrial e consumo da sociedade civil, poderá ter impacto na inflação, influenciando assim também os preços da energia em 2024.
No entanto, continua a nota, a solidez financeira da indústria implica expectativas elevadas por parte dos investidores, reguladores e de outros stakeholders, que esperam avanços na redução de emissões, o reforço do investimento em energias de baixo carbono e ganhos mais elevados para os accionistas.
Sublinha que este cenário promete ser um catalisador para que a indústria se foque ainda mais na redução de emissões e no desempenho económico.
Relativamente ao contexto da indústria em Angola, Frederico Martins Correia, Partner da Deloitte para o Sector de Energia, Recursos e Indústria, citado pelo comunicado da Deloitte revela que “o ano de 2024 deverá ser de consolidação. A saída da OPEP permite manter o objectivo de incremento de produção e superar o valor médio de 1,2 M barris/dia”.
Por outro lado, apesar de os investimentos no sector estarem a ser muito escrutinados, a ANPG tem garantido contratos chave para o sector em novos campos offshore, onshore e marginais de actuais concepções.
Por último, o Orçamento Geral do Estado foi realizado com base no preço referência do Brent, inferior a USD 70, o que dá alguma tranquilidade em relação a possíveis flutuações”.
Segundo a instituição, o ano de 2024 poderá ser muito dinâmico do ponto de vista das fusões e aquisições na indústria de petróleo e gás.
Reforçou que as propostas de aquisição da Pioneer Natural Resources pela ExxonMobil e da Hess Corp pela Chevron Corporation, por 64,5 mil milhões de dólares e 60 mil milhões de dólares, respectivamente, podem dar início a uma nova era de meganegócios e de consolidação na indústria, em particular na vertente mais petrolífera.
“Também o preço actual do petróleo e do gás e o número limitado de projectos de perfuração a nível global podem levar alguns grandes compradores a adquirir novas áreas e a procurar melhorar a eficiência operacional, através de fusões e aquisições”, reforça.
Acrescenta que paralelamente às incertezas regulamentares e geopolíticas, combinadas com os elevados custos de capital, podem atrasar algumas decisões de investimento a nível global. HM/AC