Lubango – A produção da batata-rena e doce "precisa de um investimento forte" em sementes melhoradas, para que a província da Huíla se torne auto-suficiente, defendeu hoje, terça-feira, no Lubango o director do Gabinete para o Desenvolvimento Económico Integrado da Huíla, Domingos Kalumana.
Na campanha agrícola 2022-2023, a província da Huíla colheu 27 mil 687,12 de batata-doce e 20 mil 240,3 de batata rena, tendo como maiores produtores os municípios da Matala, Caluquembe, Chicomba, Humpata e Quipungo.
Em declarações à ANGOP, no quadro da Feira da Batata, evento de promoção do produto e realizado anualmente, afirmou que actualmente têm apenas um único produtor de sementes melhoradas em grande escala de batata-rena, a empresa Jardins da Yoba que tem uma produção anual de mil toneladas.
Todavia, embora considera a produção como baixa, o director salientou não ser possível mensurar com fiabilidade a necessidade de consumo de batata na província, porque precisa-se de um estudo do consumo por cada família.
Expressou que muitas cooperativas que produzem o produto têm tido escassez de sementes melhoradas, as que dão maiores probabilidades de acerto nas estimativas de colheita.
“Há também um outro aspecto importante que é o de trabalhar com as comunidades, para que essas explorem as zonas de produção mais próximas aos rios, porque a província da Huíla é atravessada pelo rio Cunene e há margens suas que ainda precisam ser exploradas, para ter maior produtividade”, continuou.
Domingos Kalumana avançou ainda o trabalho com os agentes de transportação de mercadorias produzidas nas zonas agrícolas para os pontos de comercialização, olhando para a cadeia logística para promoção de maior produção, conservação e maior distribuição do produto.
Reafirmou existirem linhas de financiamento que visam fomentar a produção nacional, mas os agentes económicos devem estar organizados para usufruírem desses benefícios, pelo que o gabinete tem trabalhado com os produtores para que estejam organizados.
“Nós temos trabalhado no sentido de colher a partir das associações empresariais e cooperativas saber o que produzem, as dificuldades, o nível de organização para que esses possam ser potencializados com as diferentes linhas de apoio nacional”, continuou.
Mesmo sem avançar números, Domingos Kalumana referiu que o município da Matala contribui com um nível considerável da produção de batata, através do perímetro irrigado, um produto que é vendido na Huíla e noutros pontos do país com necessidade de consumo. EM/MS