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Empresárias clamam por apoio financeiro no Cuanza Norte

     Economia              
  • Cuanza Norte • Quarta, 10 Março de 2021 | 11h17
Cidade de Ndalatando, capital da província do Cuanza Norte
Cidade de Ndalatando, capital da província do Cuanza Norte
angop/Cuanza Norte

Ndalatando – Mulheres empresárias e empreendedoras, na província do Cuanza Norte, queixam-se da falta de crédito para dinamizarem a sua actividade, afectada pela pandemia da Covid-19.

Segundo a coordenadora do núcleo provincial das mulheres empresárias e empreendedoras do Cuanza Norte, Rosa Capitante, 120 associadas fizeram pedidos de crédito, mas sem êxito.

Disse que a associação tem 327 membros e destas apenas uma, proprietária de uma cooperativa agrícola,  beneficiou de crédito, no quadro do PRODESI  (Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações).   

Rosa Capitante, que falava a propósito das festividades alusivas ao mês de Março, dedicado à mulher, informou que as associadas têm investimentos nas áreas da hotelaria e turismo, corte e costura, planificação, agricultura e comércio, mas com o surgimento da pandemia da Covid-19, muitas foram ou estão à beira da falência.

Por este facto, esclareceu, as associadas andam atrás de financiamento, enquanto a associação trabalha na formação das associadas, em pequenos negócios e tem programas de inter-ajuda.

Emília Francisco Bernardo, agro-empresária no município do Cambambe, explicou que tem enfrentado muitas dificuldades, porque a actividade é bastante onerosa e exige recursos, tendo em conta os constrangimentos, como a degradação das vias de acesso, o custo do combustível e a volatilidade dos preços dos produtos no mercado.

Jeblém André Ebo, que investe no ramo da panificação e venda de materiais informáticos, no município de Cambambe, disse que, por falta de financiamento, as mulheres empreendedoras têm passado por muitas dificuldades, na medida em que o mercado se torna cada vez mais exigente, impondo ao investidor a obrigatoriedade de diversificar os produtos.

"Nas condições actuais, sobretudo no mundo da informática, surgem novos produtos e os clientes exigem cada vez mais. Por falta de apoios, somos forçadas a manter os níveis tradicionais, o que nos limita diante da concorrência do mercado", referiu.                                                                                                                                  

Entretanto contactado pela ANGOP, o director do Gabinete Provincial de Desenvolvimento Económico Integrado, Humberto Mesquita, esclareceu que muitos projectos não são aprovados e financiados, pelo facto de a maioria dos candidatos não terem as empresas certificadas e apresentarem documentação incompleta, além do excesso de burocracia registado ao nível da banca.

Informou que, em 2020, o Gabinete que dirige recebeu 786 projectos de empresas e promotores de negócios individuais, para adesão ao crédito bancário, mas apenas três foram financiados, com um valor de 367 milhões de Kwanzas, enquanto 16 aguardam por financiamento, após aprovação e consequente entrega à banca.

No respeitante ao apoio as mulheres empreendedoras, no âmbito do PRODESI, esclareceu não haver um atendimento diferenciado para as mesmas, no acesso ao crédito, em virtude do programa não prever este pressuposto.





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