Ndalatando - O Banco Nacional de Angola (BNA) disponibilizou 250 milhões de dólares norte-americanos no mês de Outubro aos bancos comerciais, no sentido de reforçar a capacidade de aquisição de produtos da cesta básica para quadra festiva, informou, terça-feira, em Ndalatando ( Cuanza- Norte), o governador da instituição, Manuel Tiago Dias.
Além da importação de alimentos, a verba destina-se à aquisição de medicamentos para aumento e estabilidade da oferta de fármacos no país, bem como dos preços dos produtos.
Manuel Tiago Dias falava à imprensa após a reunião do Comité de Polícia Monetária, Financeira e Cambial da instituição, e explicou que a classe de alimentação e de bebidas não alcoólicas são as que mais pressionam os preços na economia.
“Os produtos da cesta básica têm um peso bastante relevante. Faz com que qualquer alteração do preço dos mesmos reflicta no índice do preço do consumidor”, elucidou.
Kwanza depreciou apenas nove por cento
O responsável adiantou que, diferentemente de 2023, altura em o kwanza teve uma depreciação na ordem dos 40 por cento, devido a escassez de divisas no país, este ano a moeda nacional está depreciada apenas na ordem dos nove por cento.
"Este facto permanecerá até ao final do ano, a julgar pela relativa estabilidade da taxa de câmbio", assegurou o governador do Banco Central.
A inflação mensal, informou, desacelerou na ordem dos 1,55 por cento em Outubro, face aos 1, 63 por cento no mês de Setembro. A classe de alimentação e bebidas não alcoólicas contribuiu com 1, 01 percentual, representando 64,8 por cento da inflação total.
Explicou que dos 732 produtos que compõem a matriz do índice de preços do consumidor nacional, 24 foram responsáveis por 57, 86 por cento da inflação observada equivalente a uma contribuição de 0, 9 percentual com realce para o pão de trigo, arroz grão médio e o carapau fresco e congelado.
País vai crescer quatro por cento
Adiantou que em função do desempenho da actividade económica nacional, o BNA perspectiva uma taxa de crescimento até ao final do ano na ordem dos quatro por cento.
Este factor, continuou, aliado à desaceleração dos preços dos produtos na economia contribui para a preservar o valor da moeda nacional.
Citando dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), Manuel Tiago Dias informou que o Produto Interno Bruto (PIB) no país cresceu 4,3 por cento, no primeiro semestre de 2024.
O crescimento está animado fundamentalmente pelo desempenho positivo dos sectores petrolífero, com 4, 6 por cento de crescimento, diamantífero com 33,3 por cento, transporte e armazenagem com 17,2, bem como electricidade e água com 8,7 por cento.
Inflação mantém curva descente
Face a esta realidade, a inflação mantém o seu percurso descendente pelo terceiro mês consecutivo, situando-se da ordem dos 29, 17 por cento no mês de Outubro, face aos 29, 93 de Setembro, cuja tendência de decréscimo deverá prosseguir nos próximos meses.
Apontou as condições prevalecentes na economia nacional, marcadas pela disponibilidade de uma maior oferta de produtos de amplo consumo, associado às condições monetárias adequadas e a relativa estabilidade da taxa de câmbio têm contribuído para a desaceleração da inflação.
Adiantou que a condução da política monetária no ano de 2024 tem ocorrido num contexto macroeconómico desafiador, caracterizado pela irregularidade na oferta de bens, eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis, ajustes aos preços das comunicações, transportes, educação e a persistente subida dos preços da classe da saúde.
O Comité de Política Monetária, Financeira e Cambial do Banco Nacional de Angola (BNA), decidiu manter a taxa de juros da instituição em 19, 5 por cento, a taxa de juros da passividade permanente de cedência de liquidez em 20, 5 por cento e a de absorção de liquidez em 18, 5 por cento.
As reservas internacionais líquidas do país fixaram-se em 14, 75 mil milhões de dólares americanos que corresponde a um grau de cobertura de 7, 84 meses de importação. EFM/IMA/YD