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Criadores do Sul assumem 80% na redução da importação de carne

     Economia              
  • Huíla • Terça, 12 Novembro de 2024 | 10h32
Gado bovino na feira agropecuária na Huíla
Gado bovino na feira agropecuária na Huíla
Morais Silva

Lubango –  Criadores das províncias da Huíla, Namibe e Cunene contribuem com, pelo menos, 80 por cento, na redução de 43 por cento da taxa de importação da carne bovina no país, desde 2023, afirmou o presidente da Cooperativa dos Criadores de Gado do Sul de Angola (CCGSA), Carlos Damião.

Mais de 85 por cento dessa quota é disponibilizada por criadores tradicionais, enquanto o restante é suportado pelos fazendeiros.

Em declarações hoje, terça-feira, à ANGOP, a propósito da afirmação recente do ministro de Estado para Coordenação Económica, José Massano, no Lubango, que a importação de carne bovina reduziu para 43 por cento desde 2023, fruto de investimentos, o gremista admitiu que a contribuição da CCGSA ainda é pouco significativa.

“A quotização da Huíla, Namibe e Cunene é significativa e arrisco-me a dizer que as três províncias são responsáveis por 70 ou 80 por cento da queda para esses 43% da carne importada, mas ainda temos Benguela, Cuanza-sul e Cuanza-Norte e Malanje a produzir consideravelmente suínos e aves”, reforçou.

Ressaltou que, todos os dias, 20 a 40 toneladas de gado bovino vivo segue em camiões com destino a Luanda para o abate, um desafio que remete para novos investimentos em matadouros locais, para travar o processo, pois a melhor opção seria vender a carne.

“Angola em cinco anos poderá se tornar auto-suficiente em proteína animal, isto é, em cabrito, que já somos, em borrego (há muito por se faze)r e a bovina, que pode atingir os 70 ou 80 por cento das necessidades do mercado”,  frisou.

Declarou que “Angola está de parabéns” por não importar mais ovos e acredita que com o investimento do Ministério da Agricultura, esse ganho recairá, também, para a produção de carne de aves.

Outro elemento que deve ser tido em conta, segundo Carlos Damião, é levar a energia eléctrica às fazendas, pois o recurso a geradores encarece a produção e o produto, agravado pelo mau estado das vias.

Uma fazenda, segundo o pecuarista, gasta entre mil a dois mil litros de gasóleo/semana e quanto mais custos de produção a carne tiver mais cara será.

CCGSA sensibiliza criadores tradicionais

Carlos Damião informou estar a CCGSA há três anos com uma campanha para mobilizar novos associados, todos os criadores de gado  tradicionais da região, um desafio que vai triplicar os 80 existentes da cooperativa para mais de 300.

Lembrou que os fazendeiros representam 15 por cento da produção bovina da região, o restante está nas mãos dos criadores tradicionais, que têm de ser apoiados para melhorar a qualidade do rebanho.

Enalteceu a iniciativa dos governos provinciais, com a adopção de matrizes de raça melhorada, embora a questão seja vista com cepticismo pelos criadores tradicionais.

Defendeu a necessidade da implementação do censo animal, pois ainda é comum os criadores não serem sinceros quando questionados sobre o número de cabeças que têm, um problema que terá de ser combatido com sensibilização sobre as vantagens de dizer a verdade neste tipo de inquérito.

Ao todo, os filiados a CCGSA, têm pelo menos 15 mil cabeças de gado bovino e 65 mil caprinos e suinos. A criacão de ovino é ainda embrionária com o desafio de melhorar a qualidade da carne do borrego e raça para a auto-suficiência. EM/MS





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