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Criadores admitem progressos na busca da auto-suficiência alimentar em Angola  

     Economia              
  • Huíla • Terça, 12 Novembro de 2024 | 10h03
Gado bovino na feira da Huíla
Gado bovino na feira da Huíla
Morais Silva - ANGOP

Lubango - O presidente da Cooperativa dos Criadores de Gado do Sul de Angola (CCGSA), Carlos Damião, considerou hoje, terça-feira, no Lubango, que o país está a dar passos “significativos” para tornar-se independente na produção de alimentos, mas alerta que a pressão da Administração Geral Tributária (AGT) está a “sufocar” as empresas.

Em declarações à ANGOP, no quadro dos 49 anos da Independência Nacional (11 de Novembro), o empresário assinalou que para melhorar o ambiente de negócios e fechar o ciclo actual de subdesenvolvimento, é necessário tornar mais flexível e protectora a legislação que regula a actividade empresarial.

O empresário frisou que Angola está a crescer a uma velocidade considerável, que segundo as estatísticas são 3,5 por cento ao ano, mas a sua estrutura global não esta a acompanhar esse crescimento, pelo que o Governo tem de criar condições para que haja mais pessoas a querer empreender, desenvolver o país e criar postos de trabalho.

“O país tem todo o potencial para ser auto-suficiente em muita coisa, para isso as leis têm de permitir que as pessoas falhem e não serem severamente castigados em caso de incumprimento, pois  actualmente é mais fácil ser funcionário do Estado, que empresário, por que a acção da AGT está a sufocar a classe de empresários”, continuou.

Para os filiados à CCGSA, a AGT tem sido “implacável, não perdoa, foca-se somente nos juros e nas multas, mas devia ser mais preventiva e menos castigadora”.

“A lei está demasiado violenta para quem só é independente há 49 anos e com empresários com uma caminhada inferior a 30 anos. Essa pressa em atacar o empresariado está a criar a falência das empresas, a desmotivar a classe e inibir o investimento estrangeiro”, manifestou.

Carlos Damião lembrou que as grandes economias não nasceram de super empresas, mas com as micro, pequenas e médias, que devem ser tidas como a alavanca para o fomento da empregabilidade, ao pagamento de impostos e tornar o país independente economicamente.  

Na sua opinião, a solução do combate à pobreza não é aumentar o salário mínimo, mas subvencionar alguns produtos da cesta básica e garantir o essencial para as pessoas comer e gerir, porque depois a própria economia que se auto-regula.

Defendeu, igualmente, a importância de se baixar impostos e não pensar tanto nas multas e juros, assim como o combate  a informalidade e ilegalidade nos mercados informais.

Lamentou que o país ainda está a falhar no reconhecimento por mérito,  pois existem “empresários” sem vocação, mas são os que têm recebido financiamentos avultados há anos, sem concretização de projectos, enquanto os que conquistaram o seu espaço têm a situação cada vez mais agravada com os termos fiscais.

Os criadores aguardam por um financiamento de 300 milhões de dólares anunciado pelo Presidente João Lourenço, para a actividade pecuária e assim cobrir 80 por cento das necessidades de carne do mercado nacional. Actualmente mil 400 toneladas são colocadas mensalmente pelos filiados no mercado.

A Cooperativa tem mais de 80 fazendas filiadas, ostentando perto de 15 por cento do efectivo ganadeiro do Sul do país, estimado em mais de três milhões de cabeças. EM/MS





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