Longonjo - O embaixador britânico em Angola, Bharat Joshi, assegurou, esta quarta-feira, na província do Huambo, o início, em Maio próximo, da construção das infra-estruturas da mina das “Terras Raras”, no município do Longonjo.
Trata-se das infra-estruturas de apoio e da refinaria, que vão dar lugar aos trabalhos de exploração, prevista para 2027, com um valor comercial a cingir-se no neodímio e prazeondímio, que servem para produzir ímanes super fortes, servindo para impulsionar a transição das energias verdes, produção de turbinas eólicas, carros eléctricos e outros electrónicos.
Em declarações à imprensa, no final da visita de constatação ao projecto, o diplomata disse que a mina, cujo início da exploração acontece 2027, vai trazer um desenvolvimento económico sustentável para África Austral e para o Reino Unido, com a criação de mais emprego aos cidadãos angolanos.
Bharat Joshi disse que o Governo britânico vai trabalhar na exploração dos minerais críticos da mina do Longonjo, utilizar o Corredor do Lobito e enviá-los para o Reino Unido e em outras empresas do mundo produtoras de automóveis electrónicos, numa altura em que o financiamento foi disponibilizado há dois dias.
Explicou que, neste dois anos, vão decorrer a construção das infra-estruturas, para dar lugar a exploração da mina das terras raras, que constitui já um projecto de carácter internacional, localizado no município do Longonjo, na província do Huambo.
Por sua vez, a gerente nacional da Ozango Minerais, encarregue para a prospecção da mina, Geraldine Máquina, disse o projecto caminha a bom ritmo, com um investimento de 268 milhões de dólares norte-americanos.
Adiantou que, nesta altura, decorre o processo de criação de todas as condições técnicas e de contratações para dar início às obras de apoio e a implementação da refinaria das “Terras Raras”.
A responsável explicou que com a refinaria será possível a exploração de um elemento rico em terras raras, que estará disponível para ser exportado.
Informou que o projecto mineiro prevê contratar, na fase de construção, 600 funcionários directos e outros 400 para a exploração, sem contar com os serviços e provedores.
Lembrou que a mina tem um tempo estimado de exploração de 20 anos iniciais, de acordo com os estudos feitos.
Indemnização às famílias
Geraldine Máquina disse que o projecto contempla a indemnização das famílias em volta da mina, com uma área de exploração de 33 quilómetros quadrados, a ser executado, de forma faseado, tendo já beneficiado 28 camponeses.
Frisou que boa parte do objecto social da Ozango Minerais prevê melhorar as principais vias de acesso do município do Longonjo, fornecimento de água potável às comunidades circunvizinhas, apetrecho das unidades sanitárias e escolas, bem como o reassentamento social das famílias.
Disse que o projecto vai, igualmente, incentivar a formação dos técnicos que vão ser contratados pela empresa, enquanto a população beneficiará de capacitação em técnicas agrícolas e de preservação do meio ambiente.
Em nome da população do município do Longonjo, a administradora local, Wilne Ekuikui, disse que pela magnitude do projecto a municipalidade vai ganhar muito no domínio social e económico.
Destacou a necessidade de o projecto contemplar a recuperação das estradas, construção de infra-estruturas sociais, como postos de saúde e escolas.
Wilne Ekuikui augurou o fomento de acções de formação da juventude em vários domínios, para contribuir na execução do projecto e outros que venham impactar na melhoria da qualidade de vida dos munícipes.
As "Terras Raras" são substâncias encontradas em concentrações relativamente baixas, que precisam ser escavadas e processadas com reagentes químicos, cujo consumo, em todo mundo, chega a 150 mil toneladas/ano.
Os tipos de metais “Terras Raras” chegam a 17, mas apenas seis tipos são mais conhecidos: neodímio, lantânio, praseodímio, gadolínio, samário e cério. JSV/ALH