Cavungo – As obras de construção da estrada Luau/Cazombo/Lumbala Caquengue, num percurso de 247, 50 quilómetros, cujo acto de consignação decorreu esta terça-feira, na comuna de Cavungo, município do Alto Zambeze (Moxico), poderão durar quatros anos.
Depois de concluída, a estrada terá uma faixa de rodagem com dois sentidos de 11 metros de largura, bermas, talude de aterro e valetas.
Com um custo de 276 milhões e 91 mil dólares norte-americanos (1 USD igual a 681, 99 Kz), as obras se iniciam na localidade de Marco 25, município do Luau, passando pela comuna de Cavungo, na sede municipal do Alto Zambeze (Cazombo), e termina na outra comuna desse mesmo município, o Lumbala Caquengue.
Este percurso, de 247, 50 quilómetros, faz parte da Estrada Nacional 250 (EN 250) e três Estradas Complementares (EC 192, 254, 385), estando enquadradas no Programa Reabilitação de Infra-estrutura Rodoviárias do Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, e é financiado pela Alemanha.
Com mil 221 postos de trabalhos criados, a empreitada está a ser executada pela empresa Queirós Galvão (QVMI).
O ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Alberto dos Santos, que, tal como o governador provincial, Ernesto Muangala, testemunhou o acto de consignação da obra, recomendou maior celeridade.
O governante anunciou que de 2023 a 2027, Moxico terá 700 quilómetros de estradas asfaltadas e 300 metros lineares de pontes para unir as sedes municipais, comunais, aldeias e localidades da região.
Já o governador do Moxico, Ernesto Muangala, recordou a importância da reabilitação da estrada para se encurtar viagem entre a cidade do Luena (sede provincial) e a vila de Cazombo (Alto Zambeze).
Por sua vez, a rainha Nhakatolo Tchissengo, soberana da tribo Luvale, manifestou-se satisfeita com iniciativa há muito clamada pela população, augurando mais investimentos no sector da água e energia eléctrica.
Para o munícipe Alberto Tchipango, a reabilitação da estrada irá diminuir o preço da corrida de táxi, de Cavungo para a sede municipal do Luau, actualmente praticado no preço 10 mil kwanzas, enquanto para a vila de Cazombo, ronda os 11 a 12 mil kwanzas.
Já Anastácia Mujinga, outra munícipe, afirmou que a circular no troço é difícil, e prevê que a asfaltagem da estrada traga desenvolvimento à região, ideia corroborada pelo Tchinhama Cacoma.
EN 250: um troço tumultuoso
Na época chuvosa, no percurso Luau/Cazombo, a estrada fica degradada e eleva de duas para 11 horas o tempo normal de viagem, colocando grandes desafios às populações.
Trata-se de uma empreitada que já foi consignada três vezes, contando com a desta terça-feira. Os trabalhos iniciaram com uma terraplanagem no período de Abril a Setembro de 2019, tendo a obra sofrido interregno por falta de verbas.
Este trabalho de terraplanagem de 2019, numa extensão de 175 quilómetros, no troço Marco 25/Cazombo, sede do município do Alto Zambeze, esteve a cargo da empresa chinesa de construção civil Sinohidro, com um orçamento de mais de 837 milhões de Kwanzas.
A primeira consignação, no ano de 2011 e que teve paragem três anos depois, permitiu apenas a asfaltagem de 85 quilómetros dos 260 que separam do Luau a Cazombo. As obras retomam sete anos após o processo de terraplanagem feita pela Sinohidro.
A província do Moxico conta com apenas 602 quilómetros de estradas asfaltadas dos três mil e 477 que compõem a malha rodoviária, sendo que, dos nove municípios, apenas um (Camanongue) está ligado por estrada asfaltada com a cidade capital da província do Moxico.
O município do Alto Zambeze, 519 quilómetros a leste da cidade do Luena, possui 145 mil e 330 habitantes, segundo a projecção de 2023 do Instituto Nacional de Estatística (INE), que vivem nas comunas de Cavungo, Macondo, Caianda, Calunda, Lumbala Caquengue, Lóvua e Cazombo (sede). LTY/YD