Concessionária do corredor do Lobito mantém contacto com as autoridades da RDC

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  • Luanda • Sexta, 09 Setembro de 2022 | 14h49
Caminho de Ferro de Benguela (CFB), parte do Corredor do Lobito
Caminho de Ferro de Benguela (CFB), parte do Corredor do Lobito
ANGOP

Luanda - O grupo concessionário do Corredor do Lobito está a estabelecer contacto com as autoridades da República Democrática do Congo (RDC) e com a Sociedade Nacional de Caminhos-de-Ferro Congoleses para a reactivação da ferrovia que liga a antiga Katanga ao Caminho-de-Ferro de Benguela.

Segundo uma nota de imprensa que a ANGOP teve acesso, nesta sexta-feira, antes de serem formalmente anunciados como vencedores do concurso público da concessão do Corredor do Lobito, em Julho passado, a Mota-Engil, Trafigura e Vecturis estavam já estavam em contacto com as autoridades da RDC, com vista ao desenvolvimento das ferrovias da província mineira de Lualaba.

O Ministério dos Transportes angolano anunciou, a 19 de Julho, a concessão do Corredor do Lobito ao consórcio europeu Mota-Engil, Trafigura e Vecturis.

O grupo concorria contra a aliança das empresas chinesas CITIC (China International Trust and Investment Corporation), Sinotrans e China Railway Group. Até ao momento, o contrato de concessão ainda não foi assinado.

O processo deverá ser retomado e concluído após a tomada de posse do novo Governo saído das eleições de 24 de Agosto.

Nesta altura, as movimentações do grupo europeu, segundo o site Africa Intelligence, visam a requalificação dos 456 quilómetros de caminho-de-ferro que liga Luau à cidade congolesa de Kolwezi, e com a qual se reactivaria integralmente o corredor ferroviário de 1800 quilómetros entre o Lobito e as principais minas de cobre e cobalto da RDC.

Como resultado destas conversações, afirma a publicação, o consórcio europeu e a Sociedade Nacional de Caminhos-de-Ferro Congoleses (SNCC, sigla em francês) poderiam concluir em breve um acordo para financiamento e apoio técnico para aquisição de novas locomotivas e para a “reabilitação de secções-chave” da ferrovia congolesa entre Dilolo (fronteira RDC/Angola), Kolwezi e o importante centro mineiro de Tenke.

O site relembra ainda que Kinshasa e Luanda assinaram já uma convenção para permitir a passagem de vagões angolanos para a RDC e vice-versa, o que pressupõe apenas a mudança de locomotiva na fronteira.

Os contactos com as autoridades congolesas e a SNCC foram directamente lideradas por Eric Peiffer, co-fundador da Vecturis, Alexandre Canas, director-geralda Trafigura em Angola, e Roberto Barbosa Vidal Ferreira, director de desenvolvimento da Mota-Engil, informa a Africa Intelligence.

A participação da Trafigura em projectos mineiros na RDC e no consórcio que vai gerir o Corredor do Lobito, torna a reabilitação da ferrovia congolesa ainda mais determinante para a empresa.

Segundo o informe, corporações mineiras, como a Ivanho e Mines, responsável pelo mega-projecto de prospecção de cobre “Kamoa-Kakula”, surgem entre os interessados na reactivação dos 1800 quilómetros da ferrovia Lobito – Kolwezi, a via mais curta entre uma saída oceânica e as minas congolesas.

Como sinal deste interesse, refere Africa Intelligence, este grupo mineiro já enviou ao Lobito uma equipa para adquirir espaço de armazenamento no porto angolano.





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