Luanda – O governador do Banco Nacional (BNA), José de Lima Massano, disse esta terça-feira, em Luanda, que a concessão de crédito registou um crescimento na ordem dos 8,4 por cento, nos últimos 12 meses.
Conforme o responsável, esta percentagem corresponde cerca de 14,12 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) não petrolífero e um peso de 17 por cento do activo da banca comercial.
Falando no acto de abertura da I edição do workshop sobre “As empresas e o mercado de valores mobiliários”, que decorre até ao dia 09 deste mês, referiu que a concessão de crédito tem sido retomada, paulatinamente.
Relativamente aos títulos e valores mobiliários, explicou José Massano, que tem um peso de 33,63%, sendo a rubrica de maior expressão no activo da banca, mas representada exclusivamente por emissões do Tesouro Nacional.
Neste sentido, fez saber que há um longo caminho a percorrer com a necessidade de se potenciar outras fontes de financiamento para o sector privado, com realce para os instrumentos típicos do mercado de valores mobiliários, facilitando-se a recolha e canalização directa da poupança para o investimento produtivo.
“O alargamento das fontes de financiamento, a diversificação do risco e a redução dos custos de intermediação, potenciados pelo financiamento directo, são factores de competitividade que contribuem para o crescimento económico”, esclareceu o governador.
O responsável considerou que o mercado de valores mobiliários só será eficiente e capaz de responder às necessidades de financiamento das empresas, se os investidores puderem dispor de um mercado secundário líquido, transparente e eficiente.
“ Com o enquadramento regulamentar, de supervisão e fiscalização, bem como de infraestruturas físicas e tecnológicas para a negociação e liquidação das transacções, torna-se agora necessário atrair empresas emissoras de valores mobiliários para capitalizar o mercado e os investidores”, indicou.
José Massano espera que o processo de privatizações em curso irá encaminhar para a bolsa de valores algumas empresas que deverão atrair investidores nacionais e, possivelmente, também alguns investidores estrangeiros.
Segundo o dirigente, reconhece que “ o processo está no início e ainda há um longo percurso para que esse mercado possa exercer o papel de promoção do crescimento da nossa economia que perspectivamos”.
O governador disse que o BNA está em concertação com a Comissão de Mercado de Capitais (CMC) para estabelecer um prazo limite para os bancos comerciais transferirem a prestação de serviços e actividades de investimento em valores mobiliários, bem como as instituições financeiras não bancárias, ligadas ao investimento, procederem da mesma forma.
“ A expectativa é que o processo de transferência esteja concluído ainda no primeiro semestre de 2022, sendo mais um passo para a dinamização de tão importante mercado”, enfatizou.
O workshop, promovido pela Comissão do Mercado de Capitais (CMC), está a abordar temas como “A organização e funcionamento do mercado de capitais angolano”, “ Os instrumentos financeiros passíveis de transacção” e “ Os processos de colocação de acções e dívida”.