Colocada primeira pedra para construção da Plataforma Logística da Caála

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  • Huambo • Sábado, 09 Dezembro de 2023 | 14h26
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Colocada primeira pedra para construção da Plataforma Logística da Caála
Colocada primeira pedra para construção da Plataforma Logística da Caála
Zeferino Zinga-ANGOP
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Ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D`Abreu
Ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D`Abreu
Zeferino Zinga-ANGOP
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Governadora da província do Huambo, Lotti Nolika
Governadora da província do Huambo, Lotti Nolika
Zeferino Zinga-ANGOP

Caála – A primeira pedra para a construção da Plataforma Logística da Caála, província do Huambo, foi colocada este sábado, para poder movimentar, a partir de 2025, mais de 300 mil toneladas de mercadorias de importação e exportação.

O acto foi orientado pelo ministro dos Transportes, Ricardo Viegas d´Abreu, acompanhado pela governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, dos ministros da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, assim como dos embaixadores dos Países Baixos, Bélgica, Espanha, União Europeia, Suíça e de Portugal.

A infra-estrutura, a ser construída a oito quilómetros a Oeste da Administração do município da Caála, está localizada entre as estradas nacionais 120 e 260, num ponto estratégico ao longo do reabilitado Corredor do Lobito, um terminal ferroviário, que servirá de plataforma intermodal para a região, com a capacidade prevista para comboios até 50 vagões.

Com uma área de 65 hectares, dos quais 15 a serem intervencionados na primeira fase, cuja construção inicia em meados de 2024, o empreendimento contará com silos e armazéns de frios e secos, devendo prestar, também, serviços de contentores e depósitos vazios, assim como de inspecções aduaneiras e fitossanitárias.

No primeiro ano de funcionamento, a infra-estrutura deverá receber, entre 250 mil e 300 mil toneladas de mercadorias, volume que, em dez anos, poderá ascender a perto de 500 mil toneladas, em trânsito pelo Corredor do Lobito, o grande eixo logístico e de transporte que liga o Porto do Lobito à República Democrática do Congo e à Zâmbia, e cuja concessão por 30 anos foi atribuída, em 2022, ao consórcio Trafigura, Vecturis e Mota Engil.

Na ocasião, o ministro dos Transportes, Ricardo Viegas d´Abreu lembrou que há dois anos, o Executivo, através do Ministério dos Transportes, traçou um objectivo ambicioso, que visa criar uma Rede Nacional de Plataformas Logísticas, que cumpra a função de apoiar a diversificação da economia nacional.

Da ideia à acção, acrescentou, o projecto para materializar este objectivo conhecido por Rede Nacional de Plataformas Logísticas, foi oficializado no Plano de Desenvolvimento Nacional do Sector dos Transportes e Infra-estruturas Rodoviárias, publicado em 2021, no Diário da República.

Adiantou que até 2038, o Governo angolano vai implementar 21 plataformas logísticas de âmbito nacional, regional, transfronteiriço, urbano, portuário e aeroportuário em todo país e que se assenta em parcerias público-privadas, num investimento na ordem dos 445,5 milhões de dólares norte-americanos.

Conforme o ministro, estas plataformas logísticas encaram de frente algumas das grandes metas transformadoras de Angola, nomeadamente: diversificar a economia mais além do sector petrolífero, substituir as importações de bens básicos de consumo pela produção local, potencializar os pequenos negócios e produtores agrícolas, criar emprego e bem-estar, garantir o desenvolvimento e distribuição equitativa de renda em todo o território nacional.

Sublinhou que, ao captar investimento e aumentar as receitas do país, as plataformas revitalizam o sistema produtivo e possibilitam o crescimento equilibrado de Angola, maximizando as valências, potencialidades, os recursos naturais e humanos e a localização de cada uma das províncias.

Disse que o Governo angolano definiu uma primeira fase de implementação desta rede, que contempla seis plataformas logísticas em pontos estratégicos do país, com vista ao armazenamento, conservação e escoamento de produtos dos sectores da Agricultura, Mineração, Florestas, Indústria de alimentos, Pescas, Energia, Turismo e Indústria de hidrocarbonetos.

Neste sentido, informou que em 2021 foram colocadas as primeiras pedras para a construção das plataformas do Soyo e Luvo (província do Zaire) e do Luau (na do Moxico), sendo que a Caála, em particular, será uma importante plataforma intermodal para toda a região, que ficará, directamente, ligada aos mercados locais, regionais e globais.

Referiu que a conectividade logística desta plataforma desbloqueará, sem dúvida, o potencial da região e províncias limítrofes, criando novos negócios e postos de trabalho na agricultura e na indústria e, também, nos serviços adjacentes.

O ministro explicou que as cadeias de valor agro-alimentar precisam de infra-estruturas logísticas adequadas para crescer e para devolver a Angola o lugar que lhe cabe no comércio mundial, como forte exportador de produtos do campo.

Por isso, referiu que a Plataforma Logística da Caála está projectada para ser um centro de distribuição centralizado do Huambo, uma das províncias com maior produção agrícola do país, principalmente de cereais, leguminosas e oleaginosas e produtos hortícolas, pois terá um papel importante na exportação de frutas e no desenvolvimento do futuro cluster de 15 a 20 fazendas de abacate que está a ser criado na zona, em colaboração com importadores holandeses.

Por sua vez, a governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, disse que a iniciativa, resultante da visão estratégica do Executivo irá impulsionar, não apenas o sector logístico, mas, também, catalisar transformações na agricultura, no crescimento da cadeia agro-alimentar, no aumento da produção local, na redução das importações, na geração de empregos, entre outros.  

“Estamos assim a dar vida a uma visão ambiciosa e cuidadosamente planejada ao logo do Corredor do Lobito, simbolizando não apenas, a infra-estrutura que se erguerá, mas, também, o poder transformador que trará para o povo e para o posicionamento de Angola a nível da África Austral e do mundo”, sublinhou, que agradeceu a escolha da província do Huambo e manifestou a total disponibilidade das autoridades locais em colaborar e apoiar para o sucesso da empreitada.

O empreendimento resulta de uma parceria, entre o Governo de Angola, representado pela Agência Reguladora de Certificação de Carga Logística de Angola (ARCCLA) e pelo Governo do Reino dos Países Baixas e do Consórcio Flying Swans, para além de contar com o apoio técnico e financiamento do Banco Mundial. ALH

 

 





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