Lubango – Trezentas e 50 mil novas ligações domiciliares de água potável serão feitas com a implementação do Plano Director de Abastecimento de Água ao Lubango, capital da Huíla, que vai construir dois mil e seis quilómetros de condutas, cujo horizonte é de 2025 a 2045, altura em que atinge 90 por cento de cobertura.
No Plano de Abastecimento de Água foram estudadas várias alternativas e avaliados os seus impactos, entre elas, a conduta do rio Cunene, que sairá da Matala ao Lubango (180 km), a construção do sistema de N´ompomboque inclui a construção de uma barragem, o sistema do Nhemeque, também, inclui a construção de uma barragem e ainda o sistema da Arimba.
Todas as alternativas estudadas prevêem que no horizonte de 2045 esteja coberta 90% da população do Município do Lubango, cujo orçamento não foi revelado.
Entre as alternativas em análise, a solução do Nhene é aquela que apresenta a melhor classificação global, mantendo-se na primeira posição para todos os cenários de ponderação.
A segunda melhor alternativa, Arimba, apresenta maior pontuação nos cenários económico e ambiental, social e institucional. Todavia, a máxima pontuação obtida pela Arimba (no cenário económico) é inferior à menor pontuação do Nhene (obtida no cenário ambiental, social e institucional). De acordo com estes resultados, a solução recomendada é o Nhene.
Os trabalhos, segundo o chefe de equipa da empresa Águas de Portugal Internacional, Fernando Castanheira Pinto, encarregue pelas obras, começam por uma captação de abdução, tratamento e distribuição.
Falando à ANGOP, o chefe de equipa da Águas de Portugal Internacional, que presta Assistência Técnica à Empresa Provincial de Água e Saneamento da Huíla, Fernando Castanheira Pinto, afirmou que serão investimentos que constituem uma mais-valia para a melhoria do fornecimento de água a toda a população do Lubango.
Segundo a mesma fonte, o caudal passará gradualmente dos cerca de 18 mil metros cúbicos diários actuais, para os 100 mil em 2045, aumentando a cobertura do serviço dos actuais 22 por cento, para cerca de 90 por cento conforme atrás referido.
Por sua vez, a presidente do conselho de administração da Empresa Provincial de Águas e Saneamento da Huíla, Maria Domingas Tycusse, sublinhou que o novo Plano Director prevê uma acentuada diminuição do défice de água que o município vive, que em períodos críticos chega a atingir restrições elevadas no abastecimento.
O défice de produção de água potável para a capital huilana atingiu em 2022 79 por cento, devido ao baixo nível nos aquíferos que abastecem à cidade. O fraco nível nas nascentes vem se observando há três anos, mas começou a agravar-se em 2021, o que reduziu a capacidade das quatro captações, algumas das quais quase secaram, forçando a restrições que chegam a durar entre quatro a cinco dias nalguns bairros.
O Lubango ocupa uma superfície territorial de três mil e 140 quilómetros quadrados, foi concebido para 50 mil habitantes, tem uma rede velha, que vai sendo recuperada no âmbito do Projecto de Desenvolvimento Institucional do Sector das Águas, que vai já na segunda fase, para responder as necessidades dos seus perto de dois milhões de habitantes. MS
