Lobito – A "Cidade do Sal" do Chamume, localizada no município da Baía Farta (Benguela), carece de mais sete quilómetros da extensão da rede de energia eléctrica para alimentar as salinas emergentes, soube hoje a ANGOP.
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores e Transportadores de Sal, Totas Garrido, a energia eléctrica da rede foi colocada em Agosto do ano passado e está ligada apenas a quatro unidades, porque a electrificação da zona ainda não está terminada.
Segundo Totas Garrido, tanto as Salinas Tchicamby, recentemente inauguradas, a Zeca Monteiro e outras três que estão a ser construídas naquela zona ainda não estão interligadas à rede nacional.
“Os custos com as fontes térmicas são brutais, por isso é fundamental que se ligue a energia eléctrica da rede porque há benefícios com a redução dos custos de produção e com o impacto ambiental que serão reflectidos em breve”, afirmou.
O presidente da Aprosal aconselhou os empresários a fazerem novos investimentos no sentido de mudar os equipamentos a diesel pelos que se adaptam à energia da rede.
Disse que a Cidade do Sal conta neste momento com nove salinas a funcionar, estando outras duas em fase avançada de conclusão, que possivelmente arrancam também este ano.
“Estas nove unidades absorvem dois mil postos de trabalho directos, o que reflete um impacto social muito grande na comunidade”, considerou.
Quanto à produção do sal, disse estar a aumentar gradualmente e, segundo ele, a Associação estabeleceu uma meta para atingir as 500 mil toneladas por ano e isso vai ser cumprido se continuar a haver a abertura em termos de créditos bancários.
“O ano passado chegamos às 210 mil toneladas de sal, sendo oitenta por cento produzidas na província de Benguela”, assegurou.
As regiões produtoras de sal no país são o Bengo, Porto Amboim (Cuanza sul) Benguela e Namibe, sendo estas últimas províncias zonas de referência devido ao micro-clima entre os municípios da Baía Farta e do Tômbwa.
“A zona que vai do norte da Macaca ao Mandingo, no município da Baía Farta (Benguela) é específica para a produção do sal, tal qual a do Cabo Negro, no muncípio do Tômbwa (Namibe)”, explicou.
Questionado sobre a auto-suficiência na produção do sal, disse que foi alcançada desde que foram atingidas as 65 mil toneladas. TC/CRB