Munícipes reclamam contra qualidade do pão no Cuanza-Norte

     Economia           
  • Cuanza Norte     Domingo, 11 Fevereiro De 2024    14h18  

Ndatando – Os municípes da cidade de Ndalatando, província do Cuanza-Norte, manifestaram a sua indignação contra a "falta de qualidade" e o preço alto do pão comercializado localmente, levando muitas famílias a desistir do seu consumo.

Numa ronda efectuada sexta-feira última às principais padarias da cidade, a ANGOP constatou que o pão de 70 gramas está a ser comerciliazado a 60 kwanzas, o de 140 gramas a 120 kwanzas e o de 210 gramas a 180 kwanzas.

De acordo com alguns munícipes, o pão comercializado actualmente, em Ndalatando, "está mais caro  e sem qualidade", sendo caracterizado por ser "muito  leve e oco".

Para Joaquim António, as padarias estão mais preocupadas com o lucro e, por este facto, usam excesso de fermento na fabricação do pão.

“Agora que a qualidade piorou, o preço disparou, imagine um pão a 60 kwanzas”, lamentou.

O ancião José Domingos  informou que deixou de consumir este alimento, porque, além do preço, não apresenta condições para o consumo humano .

Para José Domingos, o que o povo está a consumir "não é pão e não alimenta".

Contou ter-se deslocado a Luanda onde notou que o pão nesta província "ainda tem alguma qualidade".

Por seu turno, Catarina Capusso disse que a sua família deixou de comer o pão, porque "não tem qualidade", apesar da alta do seu preço.

Além da qualidade do produto, os cidadãos queixam-se também da falta de higiene nas padarias onde a água utilizada na preparação do pão é muitas vezes retirada de cacimbas, sem condições de conservação.

Por isso, os munícipes solicitaram ao Governo Provincial que incremente a fiscalização nas padarias para aferir da qualidade e do preço do pão, porque consideram haver "um certo aproveitamento dos comerciantes".

Na sua reacção, algumas planificadores justificaram o preço do pão praticado actualmente pelo aumento do valor da farinha de trigo e do fermento.

De acordo com os planificadores,  ao custo de fabrico do pão acrescenta-se também os gastos com o transporte e combustível.

Neste momento, precisaram, o preço de um saco de 50 quilogramas de farinha de trigo passou de 16.900, em 2023, para 34 mil e 500, este ano, enquanto o pacote de fermento que custava 15 mil kwanazsa passou para 37.500.

O presidente da Associação de Panificadores e Pasteleiros de Angola,  Gilberto Simão, pediu recentemente ao Governo que estude as causas do aumento do preço do pão.

Gilberto Simão lançou o seu apelo num debate radiofónico sobre a matéria, com a participação de outros actores como o presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino, e o produtor de trigo  Afei Vinevala.
Na ocasião, José Severeino sugeriu o aumento da produção de trigo no país e a criação de mais moageiras, enquanto Afeu Vinevala defendeu mais investimentos na produção local, usando parte do valor gasto na importação para incentivar os agricultores nacionais.

Para Afeu Vinevala, o aumento da produção local vai alavancar a economia nacional e fomentar a criação de empregos. IMA





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