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Citadinos agastados com recorrente falta de dinheiro nos ATM

     Economia              
  • Huambo • Terça, 24 Dezembro de 2024 | 13h11
Cidadãos no Huambo na fila do ATM
Cidadãos no Huambo na fila do ATM
Zeferino Zinga-ANGOP

Huambo – Citadinos do Huambo mostraram-se, esta terça-feira, agastados com a recorrente falta de dinheiro nos terminais de pagamento automático (ATM) sem explicação plausível, a poucas horas da celebração do Natal e a sete dias da passagem de ano.

Em declarações à ANGOP, lamentaram o facto de os ATM estarem sem dinheiro desde o princípio da noite de segunda-feira (22) dificultando, deste modo, a realização das compras no mercado informal, onde a maioria dos produtos são comercializados sem o cartão multibanco e a preços baixos em relação à rede formal.

Pediram a intervenção do Banco Nacional de Angola, enquanto regulador do sector, para a resolução do problema, que é frequente neste período do ano. Há pessoas que chegaram aos pontos de ARM às 5h00 da manhã.

Paulo Jorge, na fila desde às 5h10, disse ser uma situação difícil e constrangedora, para as pessoas, que pretendem ter uma ceia de natal em família.

“Os ATM estão sempre cheios e, muitas vezes, alguns aguentam em filas de mais de três horas sem explicação dos bancos”, lamentou.

Mateus Quintas denunciou haver muitos bancos com três caixas electrónicos, mas com apenas um com dinheiro. Os outros só servem para consulta, o que é injustificável nesta época do ano.

Rodrigo Caviende, usuário, disse estar à procura de dinheiro há uma semana, daí ser urgente que as instituições bancárias resolvam a situação, para facilitar a vida das pessoas.

A propósito, o economista Alfredo Bacia argumentou que a falta de dinheiro nas caixas automáticas, principalmente, nos contextos de alta demanda, demonstra existir fragilidade estrutural na gestão do sistema financeiro.

Acrescentou que estas implicações têm trazido constrangimentos directos para a vida das famílias na compra de bens de consumo nos mercados informais e no transporte de um lugar para outro.

Por seu turno, o economista António Braça pediu a adopção de mais estratégias de incentivo da utilização do processo digital na compra e pagamento de bens diversos no mercado informal.

Defendeu o reforço da educação financeira dos cidadãos para entenderem que não é ideal ter o dinheiro físico em casa, por estar sujeito a gastos desnecessários.

Desde 2021, o Banco Nacional de Angola obriga a que os bancos comerciais garantam que os ATM tenham, pelo menos, 95 por cento da sua capacidade de notas disponível. ZZN/ALH





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