Luanda - O futuro Centro de Reprodução de Alevinos, na comuna da Barra do Kwanza, município de Belas, em Luanda, deve estar concluído no próximo mês de Março.
As obras do centro, que está ser construído no âmbito do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza ( PIDLCP), encontram-se numa execução física de 80 por cento.
O futuro Centro de Reprodução de Alevinos está localizado na margem direita da foz do Rio Kwanza, a cerca de sete quilómetros da Estrada Número 100, no desvio antes da portagem, para quem sai de Luanda para o sul do país.
Alevino (ou alevim) é a designação dada aos peixes recém saídos do ovo e que já reabsorveram o saco vitelino ou logo após o nascimento.
A ANGOP constatou no local que os trabalhos decorrerem a bom ritmo, estando os técnicos, neste momento, concentrados na fase de movimentação de terras, para a construção de 10 tanques limiares. O Centro tem já edificados outros quatros cilindros de betão de maior dimensão.
Está ainda em fase de construção uma incubadora e um bloco administrativo.
Quando os tanques estiverem concluídos devem receber os alevinos de vários tipos de peixes, com destaque para a Tilapia, Bagre e Corvina, estimando-se uma produção de 52 toneladas anual de peixe.
Os alevinos tem a previsão de seis meses para atingir o tamanho de consumo, e o projecto tem como meta dar emprego e melhorar a dieta alimentar, numa primeira fase, dos munícipes da sede comunal e arredores.
Depois de concluído e do crescimento dos primeiros alevinos, soube a ANGOP, o centro será entregue para 20 cooperativas com a missão de desenvolver o projecto e beneficiar 600 famílias que devem, para além do consumo, comercializar o pescado.
O projecto conta com 48 trabalhadores, 35 dos quais foram recrutados localmente.
“Os homens dão o melhor de si para o sucesso daquele que, no município de Belas, é um dos melhores projectos sustentáveis de combate à pobreza”, disse o director municipal da Agricultura, Pecuária e Pescas, Miji Tshambuvila.
Segundo o responsável, a obra já gastou 36 milhões de Kwanzas dos 58 milhões disponibilizados.
A construção do centro, iniciado em Junho de 2021, tem o prazo previsto de conclusão e inauguração em Março próximo, garantiu o responsável.
Para tornar o projecto ainda mais sustentável, segundo Miji Tshambuvila, as famílias serão incentivadas a dedicar-se a aquicultura nas suas propriedades e aumentar a oferta e o consumo, criando os seus próprios negócios.
Miji Tshambuvila fez saber que, nos próximos dias, será realizada uma formação básica sobre aquicultura para que, no futuro, os munícipes possam praticar a actividade com conhecimentos científicos
Por sua vez, o administrador municipal da Barra do Kwanza, Délcio Ramos, disse que o futuro centro é importante para a diminuição da fome e da pobreza na região.
Quanto ao aspecto técnico da infraestrutura, salientou que a pandemia causou um ligeiro atraso, mas será possível terminar a obra dentro dos prazos estabelecidos, uma vez que encontra-se na última fase.
Antónia Jamba, de 23 anos, um dos 35 funcionários recrutados localmente, ganhou o seu primeiro emprego como cozinheira e diz que mesmo sendo temporário, é uma mais-valia.
Contou que o dinheiro que ganha permite-lhe comprar alimentos, roupas e até efectuar algum negócio que ajuda na realização de outras despesas para melhorar a condição social da família.
Antónia Jamba congratulou-se também pelo facto do seu bairro estar a beneficiar de uma estrutura como a do Centro que vai apoiar a comunidade mais carente.
O ajudante de pedreiro, Francisco João sublinhou que o investimento do projecto interrompeu um ciclo de quatro anos de desemprego e tem ajudado a sustentar a família, facilitar a troca de experiência e a aprender novas técnicas de construção.
Sentimento idêntico foi manifestado pelo jovem pedreiro Pedro Cabenha dos Santos, residente na sede comunal, que ganhou o primeiro emprego na obra do Centro de reprodução.
Pedro Cabenha dos Santos espera que novas obras sejam executadas na comuna da Barra do Kwanza, sendo esta uma forma dos jovens manterem os empregos e desenvolver a localidade.
Em 2021, o município de Belas investiu 323 milhões de Kwanzas no PIDLCP com destaque para os sectores de assistência social com a distribuição de kits de trabalhos aos antigos combatentes, para o empreendedorismo, cooperativas, reabilitação de escolas, centros de saúde e construção de furos de água.
Com mas de 700 mil habitantes o município é composto pelos distritos dos Ramiros, Morro dos Veados, Vila Verde, Cabolombo, Quinguela e comuna da Barra do Kwanza.
