Luanda – A recolha de dados estatísticos relacionados com o Recenseamento Geral da População e Habitação, iniciado a 19 deste mês, em Angola, está a ser feita sem recurso à activação de internet nos tabletes usados para esta operação censitária, segundo o porta-voz da Comisão Multissectorial do Censo 2024, Hernani Pena Luís.
Em declarações à imprensa, hoje, no final da primeira reunião dessa comissão, após o arranque do Censo, o também director-adjunto do Instituto Nacional de Estatística (INE) clarificou que as entrevistas estão a acontecer de forma “offline”, sem necessidades dos dispositivos estarem conectados à internet.
Por isso, acrescentou, a falta de serviços de internet em algumas zonas do país “não constitui problema ou impedimento do processo censitário, porque, após o momento da recolha de dados, os recenseadores deslocam-se em zonas onde há cobertura de internet para fazer a sincronização das informações.
Por outro lado, assegurou que os agentes censitários vão chegar em todas as residências, durante os 30 dias definidos para o Censo, por isso, apela-se aos cidadãos a permanecerem tranquilos e aguardar a vez de cada família.
“A presença dos recenseadores em casas das famílias será mais visível, nos próximos 25 dias em falta, facto que se pede a calma e tranquilidade das famílias”, reforçou.
Disse também que, neste momento, decorre o processo do levantamento e de análise estatística dos dados que estão a ser recolhidos pelos agentes censitários.
Quanto à divulgação de dados provisórios sobre o número de agregados já recenseados, Hernani Pena Luís referiu que este assunto deve obedecer o calendário definido pela comissão, que determina o período exacto da divulgação das informações recolhidas.
Em relação à reunião desta segunda-feira, orientada pelo coordenador geral da Comissão Multissectorial de Apoio à Realização do Censo 2024, Francisco Furtado, o porta-voz referiu que o encontro serviu para avaliar o início do recenseamento e perspectivar os desafios do processo.
A operação estatística iniciou às 0h00 do dia 19 de Setembro, com o recenseamento dos sem-abrigo, em todo território nacional.
Sob o lema "Juntos contamos por Angola”, o Censo 2024 foi antecipado pelo processo de actualização da malha cartográfica angolana e pelo censo piloto, realizado em sete das 18 províncias do país.
A actual operação surge dez anos depois de Angola ter realizado o Censo 2014, que decorreu de 16 a 31 de Maio. Na altura, a população angolana foi estimada em 25 milhões 789 mil e 24 habitantes, dos quais seis milhões 945 mil e 386 viviam em Luanda, sendo a província mais populosa de Angola.
Do universo do recenseamento de 2014, 12 milhões 499 mil e 41 eram homens e 13 milhões 289 mil e 983 mulheres.
O Recenseamento Geral da População e Habitação tem como objectivos disponibilizar base de dados para o planeamento, gestão e tomada de decisões, bem como construir uma base de amostragem para a selecção de amostras de inquéritos junto aos agregados familiares.
Consta igualmente dos objectivos, conhecer a estrutura da população para todas as unidades administrativas do país, reforçar a capacidade nacional técnica e material para conduzir recolhas futuras de dados.
Dados indicam que a primeira tentativa para registar dados populacionais em Angola aconteceu a 21 de Maio de 1770, facto que permitiu obter uma estimativa da população categorizada por idade, sexo, nascimento e morte.
Mais tarde, no século 20, houve o recenseamento da população em 1970, tendo apurado a existência de perto de 5,6 milhões de pessoas. QCB