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Censo 2024 inicia em 31 pontos dos sem abrigos em Luanda

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  • Luanda • Quinta, 19 Setembro de 2024 | 01h24
Censo 2024, regista os sem abrigo
Censo 2024, regista os sem abrigo
Domingos Cardoso - ANGOP

Luanda – O Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH) - Censo 2024 iniciou às 0h34 desta quinta-feira (dia 19), com o registo de dados dos sem abrigos, identificados em 31 pontos dos nove municípios de Luanda.

Para esta operação estatística nacional, com duração de 30 dias, a província de Luanda, que em 2014 tinha mais de seis milhões de habitantes, destacou agentes censitários em locais distintos, como no largo “Nzinga Mbandi”, Chicala 2, Igreja dos Remédios, Bombas da Nova Marginal, Baleizāo, Jango Veleiro, Ilha de Luanda, Feira do Primeiro de Maio,  Universidade Católica de Angola e Divina Providência.

Constam também, a Urbanização Nova Vida, Vila Flor, Pendonal da Mutamba, Paragem do Calemba 2, Pendonal da Engevia, Robaldina, Vila de Viana, Kikuxi e Zango.

Santos José, de 16 anos de idade, um dos primeiros meninos sem abrigo a ser recenseado, no largo Nzinga Mbandi, justificou que está na rua há mais de um ano, devido aos conflitos com a madrasta em casa, situada no Zango 3.

Explicou que para se alimentar depende da mendicidade e come, às vezes,  restos de comida do restaurante que fica próximo do local onde passa o seu dia.

Juliana Miguel Nicolau, também uma das recenseadas que vive na rua há três anos, disse que está neste local por gostar, facto que a fez abandonar a casa da sua mãe, no município de Cacuaco.

O coordenador técnico do grupo de especialidade do Censo, Ezequiel Luís, sublinhou que, para essa operação, foram destacadas sete equipas de quatro técnicos, três recenseadores e um supervisor em cada grupo.

Em declarações à ANGOP, sublinhou que estão a ser recolhidos dados básicos dos meninos de rua, como idade, sexo, nível escolar, morada anterior e informações familiares.

Clarificou que essa franja social deve ser  recenseada à madrugada, por ser o melhor momento para os localizar, conforme recomenda a literacia censitária universal.

Para os demais extractos sociais, a fonte avançou que, durante os 30 dias, serão recenseados no horário diurno, ou seja, das 8h até 15h ou 16h, salvo aquelas entrevistas que são combinadas com algum membro do agregado familiar.

Por sua vez, o supervisor da equipa destacada na ponte do Zamba 2, António Eduardo, disse que, até o momento da entrevista, já tinham entrevistado seis pessoas, que prestaram todas informações solicitadas pelos agentes censitários.

Adiantou que, por enquanto, a orientação é passar num local ou ponto dos sem abrigos apenas uma noite, mas caso houver necessidades de se regressar para o mesmo ponto “não haverá risco de duplicação de dados”.

O recenseamento dos sem abrigos surgiu horas depois da abertura oficial do momento censitário feito pelo coordenador da Comissão Multissectorial do Censo 2024, Francisco Furtado, que fez o discurso que simbolizou o início da maior operação estatística em todo território nacional.

Sob o lema "Juntos contamos por Angola”, o Censo 2024 foi antecipado  pelo processo de actualização da malha cartográfica angolana e pelo censo piloto, realizado em sete das 18 províncias do país.

A actual operação realiza-se dez anos depois de Angola do Censo 2014, que decorreu de 16 a 31 de Maio.

Na altura, a população angolana foi estimada em 25 milhões 789 mil e 24 habitantes, dos quais seis milhões 945 mil e 386 viviam em Luanda, sendo a província mais populosa de Angola.

Do universo do recenseamento de 2014, 12 milhões 499 mil e 41 eram homens e 13 milhões 289 mil e 983 mulheres.

O Recenseamento Geral da População e Habitação tem como objectivos disponibilizar a base de dados para o planeamento, gestão e tomada de decisões, bem como construir uma base de amostragem para a selecção de amostras de inquéritos junto aos agregados familiares.

Consta igualmente dos objectivos, conhecer a estrutura da população para todas as unidades administrativas do país, reforçar a capacidade nacional técnica e material para conduzir recolhas futuras de dados.

A primeira tentativa para registar dados populacionais em Angola aconteceu a 21 de Maio de 1770, facto que permitiu obter uma estimativa da população categorizada por idade, sexo, nascimento e morte.

Mais tarde, no século 20, houve o recenseamento da população em 1970, tendo apurado a existência de perto de 5,6 milhões de pessoas no país. SJ/QCB
 
 
 
 

 



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