Luanda – A carteira de emissões de Angola no mercado bolsista de Londres de obrigações internacional, sob forma de “Eurobonds”, representa, hoje, cerca de 19% do stock da dívida, informou o Ministério das Finanças.
Os Eurobonds são todos os títulos emitidos em algum mercado cuja moeda do título é diferente da moeda do mercado de emissão, neste caso o Kwanza.
Os dados foram apresentados pela ministra das Finanças, Vera Daves, à investidores do mercado financeiro internacional com interesse presente ou futuro nos títulos de Angola, durante um roadshow realizado a semana passada, em Washigton, EUA, no quadro das reuniões de Primavera do Banco Mundial e do Fundo Internacional Monetário (FMI), que terminou este domingo, 16 de Abril.
No encontro participaram cerca de 60 representantes de entidades diversas que actuam no mercado financeiro internacional.
Na ocasião, Vera Daves abordou os principais indicadores macroeconómicos e as medidas em curso de gestão da dívida pública, de acordo com uma nota do sector a que a ANGOP teve acesso esta segunda-feira.
“ São números que normalmente os investidores gostam de acompanhar e ouvir na primeira pessoa dos titulares da pasta”, disse Vera Daves, sublinhando ser sempre melhor a informação verbal do que apenas ler relatórios e estatísticas.
O Orçamento Geral do Estado 2023 prevê uma dívida pública na ordem dos 45%.
Neste evento, Angola apresentou as políticas fiscal, monetária, cambial e economia real, aos investidores do mercado financeiro internacional com interesse presente ou futuro nos títulos de Angola.
IFC olha mais ao sector privado
A delegação angolana, ainda no quadro das reuniões em Washington, manteve encontro sexta-feira, 14, com o Vice-presidente do Internacional Finance Corporation (IFC), Sérgio Pimenta, e quadros seniores da instituição.
Durante o encontro, Angola pediu maior engajamento do IFC no financiamento de projectos e iniciativas provenientes do sector privado.
De acordo com os dados disponibilizados, actualmente o “pipeline” de projectos inclui algumas componentes de assistência técnica e consultoria, bem como o financiamento de curto e longo prazo, envolvendo bancos locais como o BNI, BFA, BMA, entre outros.
A nível das infra-estruturas, como as áreas dos transportes e das telecomunicações, existem possibilidades do envolvimento do IFC em apoiar, em termos técnicos, a estruturação das parcerias público-privadas (PPP).
O Vice-presidente do IFC, Sérgio Pimenta, reconheceu as dificuldades operacionais exisitentes, assegurando um maior envolvimento do organismo nas oportunidades que surgirem.
“Reconheço que não estamos onde gostariamos, mas vamos juntos identificar os constrangimentos e tudo fazer para os superar”, admitiu o responsável.
Durante o encontro ficaram alinhadas prioridades com foco no apoio ao sector privado, como produção de grãos, pecuária, pescas e a estruturação das PPP, com enfase nos sectores dos transportes, energia e àguas.
O IFC- Internacional Finance Corporation- é o braço do Grupo Banco Mundial vocacionado para apoiar o sector privado e encontra-se a operar em Angola, desde 2019.NE