Cuanza Norte - O projecto do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, no Cuanza Norte, entrou, neste sábado, na fase de construção integral, depois de 62 meses de trabalhos preliminares implementados na ordem de 20%.
No terreno, o empreiteiro chinês CGGC e outras empresas subcontratadas lançaram, este sábado, várias frentes de obras, com destaque para a escavação dos canais de restituição da barragem, um trabalho que foi testemunhado pelo ministro da Energia e Àguas, João Baptista Borges.
Depois desta escavação segue a preparação para o desvio do rio Kwanza, um trabalho fundamental que vai permitir o arranque da construção do "paredão" da barragem e a casa de força, trabalho previsto para começar em Abril de 2023.
Conhecido como " Projecto das três Gargantas", o Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça pode começar a gerar energia comercial a partir de Outubro de 2026, período em que entra em operação a primeira, das quatro turbinas da Central, com capacidade de 530 megawtts cada, num total de 2,172 megawtts.
Só para se ter uma ideia deste impunente projecto, cada turbina equivale a toda central da Barragem do Aproveitamento Hidroeléctrico de Capanda, em Malanje.
Depois da assinatura do contrato da empreitada, em Agosto de 2017, do trabalho já feito consta obras de construção do circuito da central principal (1,3%), o canal de restituição da barragem com 70%, os dois túneis de acesso à central principal com 10 quilómetros de extensão (100%), o estaleiro e trabalhos preparatórios (39%), os acessos definitivos (16,2%) e a ponte definitiva ((25%), segundo dados avançados pelo Gabinete do Médio Kwanza (GAMEK), dono da obra.
Depois de assegurado a disponibilidade financeira por parte das entidades credoras, a China e a Alemanha, augura-se maior desempenho dos trabalhos em torno das obras.
De acordo com o ministro da Energia e Àguas, João Baptista Borges, o financiamento da China compreende a componente da obra de construção civil do aproveitamento hidroeléctrico e do sistema de transporte associado ( 1.300 quilómetros de linha), no valor de 4,5 mil milhões de dólares, por via do Banco de Comércio e Indústria da China.
O Governo da Alemanha entra no projecto com um financiamento de 1,1 mil milhões de dólares, que comporta a componente do fornecimento e montagem do equipamento electromecânico, como as turbinas, alternadores, comportas, ou seja, todo o sistema de produção de energia.
O ministro admitiu que falta bastante em torno das obras, mas " temos tempo útil necessário, até Outubro de 2026, para pôr a primeira unidade a funcionar".
Compromissos com prazos
O director-geral da CGGC, Chen Yonggang, garantiu cumprir com os prazos acordados com o Governo angolano.
Para o responsável, com a realização do evento, significa que a construção do projecto deu um passo fundamental e entrou na fase de construção integral de todas as obras que prevê mais de seis mil trabalhadores, entre angolanos e estrangeiros.
"A CGGC tem enviado esforços para avançar com este projecto, visto que reúne genericamente as condições para execução integral das obras", garantiu.
Na mesma ocasião, o presidente da China Geshouba Group Internacional Engineering, Liu Huailliang, referiu que a produção média anual do Aproveitamento de Caculo Cabaça será de 8. 566 gigawatts de energia hídrica, uma capacidade que vai também permitir reduzir a emissão de gases de estufa, em cerca de 7,2 milhões de toneladas por ano, em Angola.
Este é o maior aproveitamento hidroeléctrico construído por uma empresa chinesa em África.
O projecto" As três Garganta" conta com empresas como a Voith, o consórcio O & G e outros participantes.
No Corredor do Médio Kwanza estão em funcionamento os aproveitamentos hidroeléctricos de Capanda, Lauca e Cambambe.