Brasil prevê parceria estratégica de investimento com Angola

     Economia           
  • Luanda     Segunda, 24 Maio De 2021    20h47  
Sector agrícola foi o mais favorecido
Sector agrícola foi o mais favorecido
Morais silva

Luanda - A diplomacia brasileira pretende, ainda neste ano, focar a sua acção no lançamento de uma parceria estratégica de investimento virada, fundamentalmente, aos sectores da agricultura, energia e infra-estruturas, no âmbito da cooperação comercial existente com Angola.

O facto foi anunciado esta segunda-feira, em Luanda, pelo embaixador do Brasil em Angola, Rafael Vidal, durante uma conferência sobre Agro-indústria, promovida pela Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCIA), em parceria com a Câmara de Comércio Afro-brasileira (AfroChamber), visando a troca de experiências entre os dois países.

Sem avançar o valor a ser investido na referida parceria estratégica, o diplomata, que falava em vídeo-conferência, revelou ainda que o Brasil tem a disponibilidade de uma carteira de investimento avaliada em três milhões de dólares norte-americanos, para investir em vários sectores da economia angolana, durante o ano económico 2021.

Na ocasião, considerou os recursos naturais disponíveis em Angola como um dos factores de atracção dos investidores brasileiros.

O embaixador reconheceu também o vasto potencial agrícola e energético de Angola como valências que podem desenvolver a agro-indústria e o agro-negócio no país, criando competitividade com outros países africanos e o resto do mundo.

Apontou também as constantes reformas económicas gizadas pelo Governo angolano como outro factor que incentiva os empresários a investir no país.

Segundo Rafael Vidal, desde 2019 Angola começou uma nova era na melhoria do ambiente de negócio, fruto da alteração da Lei do Investimento Privado e de outras reformas económicas que encorajam a captação do investimento externo.

Conforme o embaixador, está em fase de aprovação um plano da actividade agrícola no Brasil, visando a revolução agrícola de Angola, uma acção da embaixada angolana e brasileira, em parceria com o Ministério da Agricultura do Brasil e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

No âmbito da cooperação comercial entre Angola/Brasil, que data desde 1975, o diplomata recordou que o seu país já investiu mais 20 mil milhões de dólares, fundamentalmente, nos sectores da energia e infra-estruturas, bem como implementou mais de 70 projectos centrados em várias áreas da vida socioeconómica de Angola.

A conferência sobre Agro-indústria: Oportunidades e desafios, que juntou vários especialistas e responsáveis de departamentos ministeriais dos dois países, visou trocar experiências para a criação de um ambiente de negócio favorável e desenvolvimento económico de Angola.

Angola e Brasil estabeleceram relações diplomáticas a 12 de Novembro de 1975. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a Independência de Angola (proclamada a 11 de Novembro de 1975).

Cinco anos depois (1980), os dois países assinaram o Acordo Geral de Cooperação Económica, Técnico-científica e Cultural, instrumento que constitui a base fundamental para o desenvolvimento da cooperação bilateral. Em 2010, assinaram o acordo de parceria estratégica.





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