Talatona – Novecentos e sete mil milhões de kwanzas é o valor movimentado pela Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), de Janeiro a Agosto de 2022, montante que poderá superar, até final do ano, os 976 mil milhões de kwanzas, negociados em 2021.
Esta informação foi prestada esta quarta-feira, em Talatona, em Luanda, pelo director do Gabinete de Estudo e Estratégia da Comissão do Mercado de Capitais (CMC), Johny Soki, justificando que o crescimento nas transaçoões deve-se, entre outros factores, ao crescimento do próprio mercado e a uma política de suavização da dívida, levada a cabo pela Unidade de Gestão da Dívida.
Johny Soki, que falava à imprensa, a propósito de uma formação para os jornalistas sobre "O mercado de capitais", disse que o Estado tem se preocupação com a dívida pública, pelo que, a sua política é substituir a dívida de curta maturidade para as de longa.
Por este facto, apontou que o “pico” das transações, do total de 907 mil milhões de Kwanzas, até agora, é de 335 mil milhões de kwanzas, negociados em Agosto.
Aclarou que as transacções são feitas entre a Unidade de Gestão da Dívida Pública, representada pelo Banco Nacional de Angola (BNA), com os players do mercado, e registados na bolsa, cujo impacto reflecte-se no volume total que se negocea.
Segundo o director, o mercado de capitais é dos sectores que mais permite a viabilidade de investimentos para economia, razão pela qual, se esse mecanismo for dinâmico e funcional, haverá mais dinheiro a entrar para empresas.
Sublinhou que a eficiência contínua do mercado de capitais, financiando as empresas, via bolsa, é fruto de maior informação e educação financeira.
“Já se tem verificado maior educação financeira, por parte das empresas e investidores. Actualmente, na bolsa existe um volume de negócios médio mensal acima de cem mil milhões, o que significa a presença de investidores a vender e comprar, fruto de um maior conhecimento do funcionamento do mercado de capitais”, asseverou.
Indicou que existem instrumentos próprios para se financiar no mercado de capitais, como a emissão de obrigações e acções, que são os instrumentos utilizados pelas empresas para receber financiamentos de quem quer emprestar.
Reiterou que o fundamental, em termos de requisitos mais importantes para se financiar via mercado de capitais, é disponibilizar as informações para quem vai colocar o financiamento nesta empresa, como governação corporativa, divulgação das demonstrações financeiras, auditoria às contas e organização contabilística.
