Sistema Financeiro reduz tentativas de ataques cibernéticos em 28,5%

     Economia           
  • Luanda     Quarta, 24 Abril De 2024    16h29  
Governador do Banco Nacional de Angola, Manuel António Tiago Dias
Governador do Banco Nacional de Angola, Manuel António Tiago Dias
Pedro Parente-ANGOP

Luanda - O sistema financeiro angolano regista média diária de 250 tentativas de ataques cibernéticos, correspondendo a uma diminuição de 28,5 % do volume de tentativas sofridas, de acordo com os indicadores definidos internamente.

Os dados foram avançados esta quarta-feira, em Luanda, pelo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, na abertura da II edição do ciclo de conferência da instituição sobre “Cibersegurança no Sistema Financeiro angolano".

Há um decréscimo comparativamente as 350 tentativas registadas no ano transacto.

A  redução dos casos, disse, é fruto  da implementação de medidas mitigatórias nos sistemas de informacão.  

Considerou que a sofisticação das tentativas de ataques eleva a necessidade de melhorias constantes aos sistemas de cibersegurança de todas as instituições do sistema financeiro nacional.

“O sistema financeiro e os bancos em particular, pelo papel preponderante que desempenham na economia, constituem alvos preferenciais dos criminosos que tentam persistentemente ter acesso, de maneira fraudulenta, aos sistemas informáticos das instituições,”, salientou.

De acordo com o governador, as ameaças em causa incidem, em grande escala, sobre o sistema financeiro, com realce para o sector bancário.

Adiantou que, no âmbito do Plano Estratégico para o período 2023-2028, o BNA está a reforçar, sobremaneira, os pilares de cibersegurança, implementando processos e tecnologias inovadoras, com recursos à inteligência artificial, ao qual se junta um forte investimento no quadro de especialistas, por formas a reforçar a confiança dos participantes do sistema financeiro.

No capítulo da regulação, referiu que estão a ser concebidos instrumentos normativos que visam adequar a regulamentação vigente à dinâmica que o ambiente cibernético nacional e internacional impõe, impulsionando a troca de informação entre as instituições financeiras e não só.

De igual modo, auxiliando no tratamento de incidentes cibernéticos cujas motivações e impactos podem trocar a escala nacional.

Reconheceu que os mecanismos relacionados à cibersegurança tornaram-se indispensáveis para as organizações, tendo em vista prevenir a invasão das suas infra-estruturas, incluindo o roubo e comprometimento de dados e evitando prejuízos financeiros, reputacionais, operacionais e estratégicos, que podem afectar negativamente o negócio ou o cumprimento da missão organizacional.

Neste  sentido, considera que o tratamento dos riscos cibernéticos deve assentar na aposta constante em investimentos que atendam medidas preditivas, preventivas e correctivas, numa proporção que garanta a salvaguarda daquele feito nas tecnologias de suporte ao negócio.

Com isso, procura-se assegurar a estabilidade e reputação do sistema financeiro, promovendo, deste modo, a confiança e contribuindo para o reforço da inclusão financeira.

Durante a conferência peritos nacionais e internacionais partilharam experiência em matérias de incidentes de segurança sectorial e impacto do ransomware (softwares maliciosos) no contexto do sistema financeiro do país.

O encontro juntou representantes de bancos comerciais, de departamentos ministeriais, do Conselho de Supervisores do Sistema Financeiro, das empresas Deloitte, Microsoft, PwC, da Comissão do Mercado de Capitais (CMC), especialistas do Banco de Portugal (BdP) e académicos. ASS/VC

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 





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