Luanda - As reservas internacionais de Angola fecharam em 14.7 mil milhões de dólares em Julho deste ano, correspondente a um nível de cobertura de importações de bens e serviços na ordem de mais de sete meses de importação.
A afirmação é do governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Dias, em entrevista à rádio Luanda Antena Comercial (LAC), quarta-feira, adiantando que este é praticamente o mesmo nível atingido em Dezembro de 2023.
Do total do valor, explicou, 12.7 mil milhões de dólares são activos de reserva do BNA e 2 mil milhões resultantes dos depósitos em moeda estrangeira que os bancos comerciais depositam no banco central, ao abrigo das reservas obrigatórias.
Manuel Dias reiterou o engajamento do BNA em trabalhar com Governo em termos de coordenação de políticas para a estabilização dos preços na economia.
“As nossas acções concentram-se essencialmente na tomada de medidas que nos levem, a curto e médio prazo, a alcançar o nosso principal desiderato de estabilidade de preços na economia, que, no fundo, há de se reflectir através de preços baixos e estáveis”, disse, numa alusão à principal missão do banco.
Neste sentido, referiu ter havido também bastante interacção com os bancos comerciais que desempenham um papel crucial no financiamento das actividades económicas no país e com os operadores económicos, principalmente produtores de bens essenciais de consumo, assim como aqueles que têm responsabilidades na cadeia de distribuição de bens.
Sublinhou que é notável uma certa desaceleração no ritmo de crescimento dos preços, facto já referenciado pelo banco na última reunião do Comité de Política Monetária (CPM).
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) no país registou uma variação de 1,68 por cento, em Julho último.
De acordo com o boletim mensal do INE, comparado ao mês anterior, cujo IPC esteve acima de 2%, regista-se uma desaceleração de 0,39 ponto percentual.
Manuel Dias afirmou que antevê boas perspectivas nesse domínio, acrescentando que o foco deve ser a estabilidade dos preços por afectarem directamente os consumidores e, em última instância, a vida das pessoas.
No seu entender, a estabilidade não deve ser só uma preocupação do banco central, ou do Executivo, mas de todos, ou seja, de agentes económicos e empresas, incluindo o consumidor, pois é algo transversal.
Quanto ao sistema financeiro, disse ser um dos sectores da actividade económica do país que respira maior confiança.
“O sistema bancário, de uma maneira geral, é sólido, não apresenta grandes problemas, mas isso não descarta o facto de existir uma ou outra instituição com problemas que careçam de acompanhamento por parte do Banco Nacional de Angola”, considerou o governador do BNA. VC/SR