Luanda – A administradora do Banco Nacional de Angola, Marília Poças, advogou, esta quarta-feira, em Luanda, a necessidade de os países em via de desenvolvimento, como Angola, a fazerem investimentos robustos e desenvolver políticas públicas mais eficientes, para a expandir as infra-estruturas digitais.
Ao intervir na 7ª Conferência sob o lema “Estratégia nacional para a inclusão digital e financeira”, promovida pela Revista Economia & Mercado, a responsável realçou que esse tipo de investimento também permite garantir uma conectividade que atende as exigências do progresso sustentável e da transformação digital no país.
Afirmou, igualmente, que as economias emergentes, como Angola, enfrentam desafios singulares para o usufruto em pleno dos benefícios da transformação digital e revolução tecnológica.
Segundo a administradora, o acesso às tecnologias, à conectividade e a exclusão financeira estão entre os principais obstáculos da inclusão ampla e equitativa.
Por outro lado, Marília Poças reconheceu as iniciativas relevantes que tem sido desenvolvido pelo Governo angolano, no sentido de se alcançar a transformação digital, com a expansão de infra-estruturas e integração do país no grupo dos Estados que vai beneficiar do Programa de Digitalização Inclusiva da África Oriental e Austral.
Esse grup, adiantou, visa ultrapassar as barreiras, como as infra-estruturas, a acessibilidade, competências digitais, riscos de ciber segurança e protecção de dados.
Apontou ainda a inclusão financeira como factor central para se reduzir as desigualdades, promover o crescimento económico e a criação de oportunidades para todos.
Recordou que a cobertura de banda larga em Angola ainda está aquém da realidade dos países da África Austral, sendo que a rede 4G e 5G ainda é significativamente baixa, apenas na rede 3G o país se destaca, situando-se entre os melhores da SADC.
Por seu turno, o director da empresa ITA Paratus, Francisco Leite, que fez parte de uma mesa redonda que juntou vários especialistas do sector, referiu que Angola precisa continuar a apostar forte nas infra-estruturas digitais, criar mais Data Center, promover o acesso à energia eléctrica nas zonas rurais e no capital humano.
Já o presidente do Conselho de Administração da Sistec, Carlos de Melo, considerou que o país tem feito progressos significativos, mas que poderia ser melhor se as empresas fossem mais apoiadas financeiramente.
Na mesma ocasião, o director-geral da Angola Cable, Angelo Gama, afirmou que Angola conta com uma forte rede de cabos submarinos que liga vários continentes e atende diferentes países africanos de forma ininterrupta.
Nesse particular, o gestor assegurou que a sua empresa é responsável por cerca de 98% da comunicação em Angola.
A 7ª Conferência da Revista Economia & Mercado visou debater a evolução da inclusão digital e financeira em Angola, tendo como base os planos e as metas do Executivo neste segmento .
O evento juntou operadores do sector das telecomunicações e Tecnologias de Informação e Comunicação, assim como das Finanças, que apontaram possíveis soluções para a massificação dos serviços de comunicação e reflectiram sobre o futuro de pagamentos móveis no país, factor considerado como um dos principais impulsionadores da inclusão financeira em Angola. OPF/QCB