Catumbela – A maior central de energia solar do país, com uma de produção 188 megawatts (MWp), começou a ser construída esta quinta-feira, na comuna do Biópio, município da Catumbela, província de Benguela.
A central solar fotovoltaica do Biópio é a maior das sete centrais a serem construídas, em seis das 18 províncias do país, nomeadamente em Benguela, com duas - incluindo a do município da Baía Farta (96,7 MWp), na Lunda Sul (26,91 MWp), no Moxico (26,91 MWp), no Bié (14,65 MWp), no Huambo (7,99 MWp) e na Lunda Norte (7,2 MWp).
O total de financiamento deste megaprojecto, que prevê produzir 370 megawatts de energia limpa até finais de 2022, no âmbito da aposta do Executivo angolano em aumentar a capacidade de produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis, ronda os 500 milhões de Euros, garantidos através da Agência de Promoção de Exportações da Suécia (SEK).
Com a construção das sete centrais, pela empresa norte-americana Sun África, especializada em energia, e pela construtora portuguesa MCA, Angola prevê reduzir as emissões de carbono (CO2) em aproximadamente 900 mil toneladas/ano.
Prevê-se que mais de dois milhões de pessoas vão beneficiar com a energia eléctrica produzida a partir das sete centrais de energia solar fotovoltaica nas localidades do Biópio e Baía Farta, em Benguela, Saurimo, na Lunda Sul, Luena, no Moxico, Cuito, no Bié, Bailundo, no Huambo, e Lucapa, na Lunda Norte.
Num valor superior a 256 milhões de Euros, a central solar fotovoltaica do Biópio, por exemplo, ocupará uma área de 436 hectares e será composta por 509 mil e 40 painéis solares. A interligação à rede eléctrica nacional será feita através de uma subestação que, por sua vez, será ligada a uma linha de transmissão de 220 KV, num total de um quilómetro e meio.
Já a construção da central da Baía Farta, com um sistema fotovoltaico de 96, 703 KWp de potência e 261 mil e 360 módulos solares, também já está em curso, numa extensão de 186 hectares, com um financiamento que ronda os mais de 130 milhões de Euros.
A representante da Empresa de Produção de Energia Eléctrica (Prodel) e responsável do projecto, Jandira Ribeiro, justificou a escolha do Biópio para o maior parque solar do país, por ser um ponto fundamental em infra-estruturas eléctricas onde convergem várias fontes de energia, nomeadamente da Central Térmica da Kileva e da região Norte.
Deu a conhecer que as sete centrais fotovoltaicas irão totalizar cerca de um milhão de painéis solares, mas apenas as do Bailundo e do Lucapa serão híbridas, ou seja, terão uma componente solar e outra diesel.
Depois de concluídas, referiu, estas centrais de produção de energia limpa e renovável irão assegurar pelo menos 334 mil ligações domiciliares e acentuou tratar-se “quiçá” do maior projecto de energia eléctrica a partir de fonte solar em África.
Porém, explicou que toda a energia eléctrica produzida pelas centrais de energia solar fotovoltaica será injectada ao sistema eléctrico nacional.
Afiançou que, com o lançamento deste megaprojecto, o país busca cumprir com os objectivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, que recomendam uma energia confiável, moderna e sustentável.
