Benguela – Dez carrinhas, das 33 previstas, foram entregues, esta quarta-feira, a operadores de transportes de mercadorias, na província de Benguela, com vista a dinamizar o escoamento dos produtos do campo para os mercados de consumo.
Assim, os operadores beneficiados nesta primeira fase do Programa Integrado de Desenvolvimento do Comércio Rural (PIDCR), em Benguela, deverão reembolsar, em quatro anos, nove milhões e 600 mil kwanzas, o valor da compra de cada veículo de carga, com capacidade média de 6,5 toneladas.
Intervindo no acto de lançamento do Plano de Aquisição de Carrinhas para o Escoamento da Produção Nacional, o ministro de Estado para Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, acredita que o país vai sair a ganhar porque a compra das viaturas aumenta a capacidade dos operadores e os custos de produção vão diminuir, tal como os preços dos produtos.
“A nossa luta é sempre no sentido de fazer com que os preços baixem no mercado e que as populações possam sentir essa redução no seu dia-a-dia”, acentuou o ministro de Estado, esclarecendo que a operação de venda de carrinhas - que se destinam aos produtores agrícolas rurais - vai contribuir para o desiderato da redução de preços.
O ministro de Estado para Coordenação Económica esclarece que o Executivo está efectivamente a proceder à venda aos operadores de transporte de mercadorias, mediante condições financeiras acessíveis e, por isso, não é uma mera doação.
Manuel Nunes Júnior destaca ainda que o mais importante é o facto de que as pessoas que têm estado a comprar as carrinhas já exercem essa actividade (transporte de produtos agrícolas) há muito tempo, de tal modo que a sua capacidade vai aumentar em termos de escala.
Quanto aos custos de aquisição dos meios, o governante considera razoável o valor de nove milhões e 600 mil kwanzas durante quatro anos, havendo um período de carência de três meses antes do início do pagamento das prestações mensais de 200 mil kwanzas.
Já o ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, defende que o Plano de Apoio aos Operadores de Transportes de Mercadorias do Comércio Rural (PAOTMCR) é sustentável, daí que operadores de Benguela já estejam a beneficiar com a compra das 33 carrinhas, das 500 para todo o país.
Como Benguela acolhe a primeira conferência internacional sobre Logística e Transportes, o ministro Victor Fernandes enfatizou que o lançamento desse plano na região acontece em boa hora, porque “não há nenhum programa mais evidente do que esse, a nível do governo, para os referidos operadores,”.
Questionado sobre a garantia do reembolso por parte dos operadores, o responsável pediu que os beneficiários cumpram com o que foi estabelecido no contrato de aquisição, de forma a evitar sobressaltos.
De igual forma, garante estar acautelado o fornecimento de peças sobressalentes aos operadores, referindo que todas as entidades que ganharam o concurso para o fornecimento das carrinhas têm a obrigação contratual de velar pela situação pós-venda e disponibilização das peças das viaturas.
O desafio agora, disse, é maximizar esses ganhos porque as 500 carrinhas irão circular por todo o país, assumindo que a expectativa é atingir pelo menos o volume das três milhões de toneladas de produtos transportadas/ano.
Operadores satisfeitos
Higino Camate, do município do Chongoroi, foi o primeiro operador da província de Benguela a receber das mãos do ministro de Estado para Coordenação Económica as chaves de uma carrinha.
Visivelmente satisfeito, diz que agora vai ser mais fácil transportar o milho, batata-doce e outros produtos até o consumidor.
“A minha carrinha é de 6, 5 toneladas, mas para durar mais tempo vou levar apenas cinco”, disse, prudente, o homem do campo, enaltecendo a aposta do governo no desenvolvimento da agricultura e do comércio rural.
Também Rafael Tiago, presidente da cooperativa agro-pecuária Unidos Venceremos, da comuna da Chicuma, município das Ganda, prevê o aumento da renda para os 155 associados, já que doravante a meta será transportar mil toneladas de produtos/ano, entre para milho, feijão, batata rena, soja e hortícolas.
Antigamente, lembrou, o escoamento era uma missão quase impossível e boa parte da produção, num perímetro de 150 hectares, estragava no campo por falta de uma viatura.
No entanto, Rafael Tiago clama pela reparação da via entre a Chicuma e a sede municipal da Ganda, de forma a melhorar o estado daquele troço para facilitar a circulação de pessoas e bens.
