Caxito – Sessenta e três toneladas de pescado diverso foram capturadas de Janeiro a Novembro na província do Bengo, uma cifra consideravelmente baixa se comparada com as 167 toneladas do ano transacto, informou hoje, sexta-feira, em Caxito, a chefe do departamento provincial das Pescas e Aquicultura, Felícia João.
Desta cifra, 25 toneladas são da pesca marítima, 12 toneladas da pesca continental (rios, lagos e lagoas) e 26 toneladas de aquicultura empresarial.
Em 2023, foram capturados 167 toneladas, das quais 37 toneladas na pesca marítima, 30 toneladas na continental e 100 toneladas na aquicultura.
A sardinha, cavala, corvina, peixe-agulha, bagre, atum, calafate, espada, galo, linguado, voador, cacusso e marionga são as espécies mais capturadas na pesca marítima e continental na província do Bengo.
Em entrevista à ANGOP, Felícia João explicou que a diminuição de captura do pescado na actividade artesanal marítima deveu-se ao lixo no mar que danificou as redes e outros equipamentos, prejudicando a actividade dos pescadores artesanais.
Quanto ao segmento da pesca continental e a aquicultura, a baixa da produção deveu-se às inundações causadas pela chuva e que causou a mortalidade de várias espécies.
Explicou que o sector controla actualmente cinco embarcações semi-industriais, das quais quatro pertencentes a uma empresa e uma individual que operam na comuna da Barra do Dande, município do Dande, enquanto as embarcações artesanais são licenciadas pelas administrações municipais.
Questionada sobre os projectos da aquicultura comunal nas lagoas da Ibêndua e do Úlua, a responsável disse que actualmente estão paralisados, sublinhando que o sector das pescas está trabalhar no projecto de Apoio a Pesca Artesanal e Aquicultura (AFAP), co-financiado pelo Governo de Angola, o Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) na sua revitalização.
Por outro lado, a chefe do departamento provincial das Pescas e Aquicultura considerou positivo os resultados do projecto aquicultura na comunidade do Zenza do Golungo, implementado em 2017, em que a população foi formada sobre a gestão pesqueira, nutrição e alfabetização.
“Agora a população deve respeitar o período de veda, evitar o uso de mosquiteiros na pesca para acautelar as espécies e de arrasto de peixe pequeno”, sublinhou.
Acrescentou ainda que a sua instituição tem realizado acções de sensibilização nas zonas pesqueiras da Barra do Dande e Ambriz, para incentivar a população a criar e aderir às associações e cooperativas de pesca, no sentido de ter acesso aos créditos e outros apoios do Executivo, bem como apostar nos projectos de aquicultura.
Para o ano de 2025, o sector das pescas no Bengo pretende implementar a segunda fase do projecto de Apoio a Pesca Artesanal e Aquicultura (AFAP), que abrangerá as comunidades do Zenza do Golungo, Úlua e Ibêndua, no município do Dande.
Apontou a falta de uma loja de materiais de pesca que tem dificultado bastante a aquisição de artefactos como redes, anzóis, chumbo, bóias, lanchas, chatas, entre outros e apelou os empresários a investirem nesta área para acudir a preocupação dos pescadores na província do Bengo.
O departamento Provincial das Pescas e Aquicultura no Bengo controla 30 cooperativas de pescas nos municípios do Ambriz e Dande, concretamente na comuna da Barra do Dande e conta com seis inspectores das pescas. MD/CJ/PA