Lobito – Com uma produção anual a volta de 35 mil garrafas, a fábrica de bebidas alcoólicas Caxaramba, localizada nesta cidade, prevê a sua primeira exportação após a entrada em vigor dos selos fiscais, em Fevereiro de 2023.
Esta informação foi prestada à ANGOP, esta sexta-feira, pelo sócio-gerente da empresa, Ricardo Guerra, acrescentando que houve um ligeiro atraso na implementação dos referidos selos.
“Só estamos à espera dos selos fiscais para colocar nas nossas garrafas que vão sair e isso vai ser muito importante para a nossa visibilidade, porque também queremos mostrar o nosso produto de uma forma coerente e profissional”, realçou.
Portugal continua a ser o mercado eleito para a primeira exportação.
Para Ricardo Guerra, em 2023 vai haver uma revolução no sector das bebidas, porque, com a chegada do Imposto Especial de Consumo (IEC), que já tem sido taxado, e com a implementação desses selos, pode ser que as bebidas do mercado informal sejam menos consumidas.
“Na minha opinião, vai ser interessante porque são produtos tecnicamente limitados, ambientalmente nocivos e socialmente problemáticos, por serem produtos de fácil circulação”, afirmou o empresário.
Em função disso, segundo ele, a indústria vidreira poderá ter outro tipo de projecção, nomeadamente a apresentação de novos formatos de garrafas.
Referindo-se à produção, disse que a fábrica continua a fazer experiências com o ananás, o arroz e a fuba de milho, que são produtos nacionais que contêm amido.
“O amido pode ser transformado em açúcar e fermentar, daí fazer uma bebida fermentada ou destilada com grande qualidade e 2023 vai ser o ano em que essas experiências vão se tornar realidade”, explicou.
Disse ainda que esses produtos são vistos como tradicionais, mas o importante é seguir todos os critérios de rigor, qualidade, higiene e colocar no mercado de uma maneira positiva.
Quanto ao mercado, fez saber que a Caxaramba é uma bebida do povo, mas, apesar disso, a fábrica tem feito up-grade (actualização) para colocá-la em patamares mais altos. “Já não é o mesmo produto de há dez anos atras”.
O empresário defende a protecção do produto nacional para incentivar a produção e ser cada vez mais competitivo, podendo desta forma, satisfazer a demanda no mercado.
Segundo o gestor, o importante é conseguir fazer com que a produção nacional, extensiva aos produtos alimentares e outros, abasteçam as populações e isso vai fazer com que a agricultura se desenvolva e se mude a ideia de que o país é apenas potencialmente agrícola..
Trinta e três trabalhadores garantem o funcionamento da fábrica de bebidas Caxaramba, localizada no município do Lobito, utilizando 90 por cento de matéria-prima local, para produção da aguardente de cana. Importa apenas a rolha de cortiça e os cascos de carvalho para conservação dos seus produtos.