Catumbela – O presidente da Comissão Executiva do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), Henda Inglês, confirmou hoje que a instituição vai reforçar este ano o financiamento à economia com uma carteira de crédito de até 250 milhões de dólares.
Lançada em Abril deste ano, na província do Cuanza Norte, a nova carteira de crédito do BDA está em linha com os objectivos do Executivo de reforçar o apoio à produção nacional e, nomeadamente, projectos de negócio dos empresários do sector primário e secundário da economia.
Falando na Feira Internacional de Benguela (FIB), durante a apresentação de quatro novos produtos financeiros do BDA, inseridos na referida carteira de crédito, o gestor bancário admitiu que 125 milhões desse montante vão ser assegurados por uma linha de crédito do Deutsche Bank, que tem disponível mil milhões de dólares para financiar projectos para a diversificação da economia.
Como essa linha de crédito do Deutsche Bank tem garantia soberana que tem de ser emitida pelo Estado, a expectativa, disse, é a de que o BDA possa este ano executar esses 125 milhões face às necessidades de financiamento dos produtores para o fomento da produção nacional.
“Portanto, o limite de utilização da linha está directamente relacionado com a capacidade de emissão de garantia soberana”, reforçou o responsável, reiterando o compromisso do banco de aprovar este ano créditos nessa dimensão.
Ainda acrescentou que o BDA deverá viabilizar outra metade do referido montante, quer através do Fundo Nacional de Desenvolvimento, quer através da captação de financiamento interno ou externo para apoiar os empresários nacionais.
No entanto, o PCE do BDA salienta a pretensão da instituição financeira e de crédito disponibilizar essa nova carteira de financiamento para todos os sectores económicos, entre os quais a agricultura e a indústria transformadora.
Neste momento, referiu o responsável, o montante está disponível e o mais importante é que os produtores nacionais cumpram e satisfaçam os requisitos de acesso ao crédito estabelecido pelo banco.
Também Henda Inglês afiançou que o Banco de Desenvolvimento de Angola está, este ano, a operar com uma taxa de juro uniforme, ou seja, na base do princípio de discriminação positiva a favor da agricultura, enquanto para alguns sectores da economia a ideia, como vincou, é eventualmente subir.
O máximo responsável do BDA dá conta de que tem havido algumas reclamações sobre a taxa de juro, pois que alguns sectores ainda a consideram alta, apesar de o banco ter uma taxa diferenciada dos bancos comerciais e agora, ressaltou, o desafio é reduzir para a agricultura, em particular, de forma a apoiar melhor esse sector.
Por outro lado, destacou a celebração de parcerias com outras instituições congéneres da região austral, mormente da Namíbia, Botswana e África do Sul, como outro aspecto do plano de negócios do banco, tendo em vista a promoção do conhecimento e do desenvolvimento socioeconómico.
Com isso, acredita que o BDA poderá não só se posicionar como uma instituição financeira de desenvolvimento de referência regional, mas colocar à disposição dos empreendedores angolanos aquelas soluções mais atractivas e ajustadas à realidade económica do país.
Já o director do Gabinete de Fiscalização de Projectos do BDA, Bonifácio Sessa, falou da novidade dos quatro produtos financeiros já disponíveis no mercado, nomeadamente o crédito de campanha agrícola, o crédito para máquinas e equipamentos agrícolas, o crédito infra-estruturas e estruturas para apoio à produção agrícola e o crédito projectos de investimento agrícola.
Segundo ele, esses produtos diferenciam-se dos demais por serem segmentados em função da dimensão da empresa e devido ao facto de estar determinado um limite financeiro.
Antes, qualquer empresa, em função da sua dimensão, poderia solicitar o valor que quisesse. Além do mais, os actuais programas de financiamento são muitos generalizados e um pouco complexos.
Essas, de acordo com a fonte, são algumas das razões pelas quais o BDA colocou à disposição dos produtores nacionais os novos produtos.