Luanda – O processo de adiantamento salarial, que se encontra temporariamente suspenso, no Banco de Comércio e Indústria (BCI), vai ser retomado a partir de Junho próximo, assegurou, esta segunda-feira, em Luanda, o administrador executivo desta instituição bancária, Jardel Duarte.
Em declarações à imprensa, após o acto da apresentação oficial da nova marca e imagem corporativa do BCI, o responsável adiantou também que, a partir do próximo mês, o banco vai lançar novos produtos direccionados, essencialmente, aos funcionários públicos.
"A partir do dia 1 de Junho deste ano, vamos retomar o adiantamento salarial e lançar outras iniciativas associadas ao adiantamento de salário, prevendo-se ainda o lançamento de produtos inovadores que resolvam as reais necessidades da população, em geral", garantiu.
Na ocasião, o administrador recordou que, em 2023, o valor do crédito concedido à economia teve um aumento de cerca de 60 mil milhões de kwanzas, dos quais 30 mil milhões foram dedicados ao adiantamento salarial.
Para este ano, avançou, a empresa prevê crescer na ordem de 30% quanto à concessão sustentável e rigorosa de crédito aos seus clientes.
Recordou também que, nos últimos dois anos, o BCI registou uma redução de cerca de 35% do crédito malparado, contra uma taxa de incumprimento de 47% verificado em 2021, quando o banco foi privatizado.
Actualmente, referiu, a instituição bancária regista uma taxa de incumprimento de 13 por cento, prevendo baixar para menos de 10%, em 2024.
Em relação ao produto criado, recentemente, para apoiar financeiramente as mulheres zungueiras, Jardel Duarte disse que o processo decorre com normalidade, tendo já beneficiado mais de 100 comerciantes ambulantes.
Por sua vez, o presidente da Comissão Executiva do BCI, Renato Borges, sublinhou que, em 2023, o banco teve um resultado líquido de 33 mil milhões kwanzas, um valor que em 2021 era negativo.
Em três anos, desde que foi privatizado o banco, disse que o valor dos fundos próprios atingiu Kz 62 mil milhões, contra 19 mil milhões registados em 2021.
Segundo a fonte, esses resultados são satisfatórios para o banco, com destaque para o melhoramento na concessão e qualidade do crédito, cuja recuperação continua a ser o eixo que a empresa actua com maior eficácia.
Referiu ainda que, desde 2021, a empresa registou a entrada de 330 novos colaboradores, que constituem actual força de trabalho do banco.
Renato Borges disse que, há três anos, o BCI tinha perto de 680 mil clientes, com expectativa de alcançar um milhão de clientes neste ano.
Nova marca serve para melhorar serviços aos clientes
Com o lema “Mudamos por si”, o BCI, o primeiro banco comercial no período pós-independência de Angola, conta a partir desta segunda-feira (20) com uma nova identidade, resultante da sua privatização, ocorrida em 2021, segundo o seu administrador executivo, Jardel Duarte.
Esse feito, avançou, visa, essencialmente, servir melhor a economia angolana e os clientes de todos os sectores de actividade e extracto social.
Assegurou que o lançamento da nova marca também vem acompanhado com o surgimento de novos produtos e funcionalidades do site do banco, aplicativo móvel, assim como expansão de agências bancárias, centros de ATM, entre outros serviços.
Por seu turno, o presidente do Conselho de Administração do BCI, Pedro Luís da Fonseca, considerou a nova identidade como o “corolário dos resultados satisfatórios alcançados pelo banco, desde 2021 até à presente data”.
Com esse marco, prosseguiu, o banco está determinado em ser uma instituição mais inclusiva, apoiando a vida financeira dos seus clientes.
Segundo o PCA, a missão do BCI passa, fundamentalmente, pelo empoderamento das famílias, comunidades e empresas, através de serviços financeiros inclusivos, simplificados e inovadores, visando contribuir para a sustentabilidade e transformação da economia angolana.
Reconheceu que, desde a sua privatização, o banco percorreu um notável processo de transformação que permitiu, pela primeira vez da sua história, alcançar resultados operacionais positivos, facto que assegura um futuro promissor da empresa.
Privatização do BCI
Presente nas 18 províncias do país, o BCI foi privatizado, oficialmente, a 17 de Dezembro de 2021, pelo grupo empresarial Carrinho, que venceu o primeiro leilão em bolsa realizado em Angola, ao desembolsar 16,5 mil milhões de kwanzas, numa sessão que contou apenas com dois concorrentes.
O processo, que foi conduzido pela Bolsa da Dívida de Valores de Angola (Bodiva) e supervisionado pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), enquadrou-se no Programa de Privatizações (PROPRIV) de activos e acções do Estado nas empresas públicas e privadas.
Antes da sua privatização, o BCI, criado há 33 anos, tinha na sua estrutura accionista o Ministério das Finanças, com 98,915%, a Sonangol, a Ensa, o Porto de Luanda e a TAAG, com 0,1894% cada, a Ceval e a TCUL, ambos com 0,0794%, Endiama e Angola Telecom, com igual valor, e a Bolama (0,0094%).
Quanto ao novo proprietário, Carrinho, trata-se de uma empresa familiar angolana fundada em 1993. A sua acção foca-se, essencialmente, no sector alimentar, gerindo as etapas desse o processo de origem, transporte, armazenamento, transformação e a comercialização. QCB