Washington (Do enviado especial) – O Banco Mundial está disponível para apoiar os países da África Austral a melhorarem os seus sistemas de pagamento, através das plataformas digitais, com vista a redução de custos nas transacções financeiras, assegurou, terça-feira, em Washington (EUA), o presidente desta instituição, Jay Banga.
O responsável, que falava durante o encontro que manteve com os governantes de vários países africanos, no âmbito das reuniões anuais do Grupo Banco Mundial (GBM) e do FMI, considerou a iniciativa, que também poderá abranger outros países, factor catalisador para facilitar os pagamentos e conectar os operadores de negócios, com realce para as zonas transfronteiriças.
Por isso, alertou aos governos a preocuparem-se com a melhoria dos sistemas de pagamento interno, por serem factores fundamentais para diminuir os custos das transacções financeiras, principalmente nas fronteiras, uma tarefa que recai ao governo de cada país, que deve melhorar os serviços digitais, contando com o apoio do GBM.
Por outro lado, o também empresário indiano, apelou à necessidade de os líderes africanos trabalharem juntos, para chegar a um acordo e conectar todos os países, para facilitar a actividade comercial intra-África.
Quanto à questão do emprego, Jay Banga avançou que perto de 1.2 biliões de jovens estarão com idade de entrar no mercado de trabalho, nos próximos 15 anos, facto que serve de oportunidade para aproveitar da melhor forma possível a força desta juventude e projectar um futuro próspero.
Por isso, continuou, grande parte do trabalho do GBM está focado na criação de empregos para os jovens.
A reunião, denominada “Bancada Africana 2024”, juntou governantes de vários países africanos, incluindo Angola, Cabo Verde, Ghana, Gâmbia, Benin, Argélia, Nigéria, Zimbabwe, Egipto, entre outros líderes, marcando o ponto mais alto do segundo dia das reuniões anuais do Banco Mundial e do FMI.
Ainda nesta terça-feira, a delegação angolana manteve encontros bilaterais, com destaque para o entre a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, e o subsecretário do Tesouro dos EUA para Assuntos Intencionais, Jay Shambaugh, que visou abordar questões ligadas ao investimento público angolano, os riscos associados à política fiscal, a manutenção da sustentabilidade da dívida e o risco cambial que economia angolana enfrenta.
Para o terceiro dia do evento, o programa reserva também vários eventos, com realce para 4ª Reunião dos Ministros das Finanças e Governadores dos Bancos Centrais do G20 (FMCBG).
Consta, igualmente da agenda, a análise dos principais projectos e iniciativas a serem financiados nos Mercados de Capital de Dívida, Financiamento Híbrido e Financiamento Climático e outras soluções de financiamento.
Ainda ao longo do terceiro dia, a ministra das Finanças vai participar, como oradora, no evento sobre o sistema alimentar agrícola como motor de crescimento sustentável e criação de emprego, a convite do vice-presidente para o Planeta do Banco Mundial, Juergen Voegele.
Essa temática vai abordar os desafios crescentes no sistema alimentar global e promover um sistema alimentar sustentável com maior oportunidade de emprego, visando a mobilização de capital privado.
Nas reuniões de Bretton Woods, Angola participa com uma delegação chefiada pelo ministro do Planeamento, Hugo Guilherme, integrando a ministra das Finanças, o governador do Banco Nacional de Angola e governador suplente junto do FMI, Manuel Tiago Dias, e o presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola, Armando Manuel, além de representantes da banca nacional, especialistas, entre outras individualidades.
As Reuniões Anuais do Grupo Banco Mundial (GBM) são um conjunto de eventos que juntam líderes influentes de governos, empresas, organizações internacionais, sociedade civil e academia, em busca de soluções para os desafios de desenvolvimento económico e sustentabilidade que o mundo enfrenta. QCB/VC
