Luanda – O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, considerou, esta sexta-feira, em Luanda, Angola como parte “muito importante” para esta instituição financeira, por ser um dos poucos países africanos que tem apoiado os outros países de baixa renda em África.
Em conferência de imprensa, que serviu de balanço da sua visita de 24 horas a Angola, o gestor realçou que o país tem contribuído com perto de sete milhões de dólares para o Fundo do Banco Africano de Desenvolvimento, em cada três anos, com vista a apoiar os outros países a terem acesso a infra-estruturas ligadas à educação, água, saúde, entre outras.
Enalteceu também o trabalho do Governo angolano na transparência da gestão das finanças públicas e as reformas que estão a ser feitas em termos de contratação pública, factores fundamentais para captação de novos investimentos.
Apesar do “fardo das dívidas” que o país carrega por muito tempo, Akinwumi Adesina enalteceu a forma como o Governo está a gerir a questão fiscal e da dívida, que diminuiu de quase 80% para 58% do rácio do PIB, com realce para as obrigações com a China.
Segundo o responsável, o desempenho económico de Angola dá indicadores positivos, com um crescimento previsto de cerca de 3,7% neste e 4,2% para o próximo ano, um crescimento que poderá acontecer por causa da redução dos custos da dívida e a expansão da receita de exportação.
Recordou que o investimento do BAD em Angola tem crescido de forma acelerada, subindo de 15 milhões de dólares, em 2015, para USD 1,2 mil milhões, em 2021, e 1,3 mil milhões, em 2023, para financiar 12 projectos ligados aos sectores da energia, agricultura e desenvolvimento juvenil, para além de apoiar com 500 milhões de dólares no Corredor do Lobito.
Esse crescimento, avançou, demonstra a vontade do Banco Africano em continuar apoiar o país no crescimento e desenvolvimento socioeconómico.
O presidente do BAD fez um balanço positivo da sua visita a Angola, em função do que ouviu sobre o empenho do Governo angolano na estabilidade macroeconómica do país, um cenário que dá esperança de bem-estar para a população.
O Banco Africano de Desenvolvimento tem a missão de combater a pobreza e melhorar a qualidade de vida nos países africanos, financiando projectos de desenvolvimento que incentivem o crescimento económico sustentável e inclusivo.
A instituição oferece serviços financeiros, como empréstimos, assistência técnica e garantias para apoiar o desenvolvimento de infra-estruturas, da agricultura, educação, saúde e outros sectores fundamentais. Também trabalha para fortalecer a integração regional e promover o desenvolvimento do sector privado no continente.
O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento é composto por três entidades: Banco Africano de Desenvolvimento, a principal instituição financeira do grupo, o Fundo Africano de Desenvolvimento (FAD), que fornece assistência concessional (empréstimos a juros baixos ou subsídios) para os países de menor renda e Fundo Fiduciário da Nigéria, que oferece apoio adicional em áreas específicas.
O BAD tem sede em Abidjan, na Côte d'Ivoire e conta com membros de países africanos e não africanos, que contribuem para o financiamento de suas operações. QCB