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Fraca literacia financeira dificulta desenvolvimento do “Mobile Money”

     Economia              
  • Luanda • Quinta, 23 Maio de 2024 | 16h54
Mercado do Tamba no município de Cangandala, província de Malanje
Mercado do Tamba no município de Cangandala, província de Malanje
Aurélio Cua-ANGOP

Luanda – O baixo nível de inclusão digital, a fraca literacia financeira e a falta de implementação de meios de cibersegurança mais eficazes são apontados como principais factores que tem dificulatado o desenvolvimento do serviço electrónico “Mobile Money”, em Angola.

A consideração foi feita esta quinta-feira, em Luanda, por especialistas e operadores desse sector, durante o Fórum sobre a utilização da moeda digital em Angola, cujos participantes defenderam a necessidade de se intensificar as acções de educação financeira e dessa plataforma digital no país.

O Mobile Money permite aos usuários efectuar transacções variadas, como pagamento de bens e serviços, impostos, realizar transferências, consultar saldo e movimentos de conta, bem como levantamento de dinheiro através de um telemóvel digital (smartphone) e analógico ou agente autorizado.

Para a presidente do Conselho de Administração do Afrimoney, Kátia da Conceição, apontou o mercado informal angolano como um dos sectores que ainda apresenta a uma fraca literacia financeira.

Por isso, a gestora advoga a intensificação de acções de literacia financeira e digital no sector informal, para que se reduza a circulação do dinheiro físico neste mercado, um mecanismo que pode ser feito por fornecedores, vendedores e clientes, explicando aos cidadãos as vantagens e funcionalidades da carteira electrónica Mobile Money, por exemplo.

Essa iniciativa, adiantou, permite que os agentes económicos façam as suas transacções de forma segura, fazendo depósitos, levantamentos, pagar o táxi, refeições, entre outras despesas a partir do telemóvel.

Com esse objectivo, Kátia da Conceição sublinhou que a Afrimoney já registou 1.8 milhões de subscritores, com quatro mil e 500 agentes distribuídos em quatro províncias do país.

A par disso, disse que a empresa está a desenvolver, desde Janeiro último, um programa de formação dirigido ao mercado informal, com destaque para as quitandeiras, vendedores ambulantes e pequenos empreendedores, para sensibilizar e disseminar o serviço financeiro digital.

Por sua vez, o presidente do Conselho Executivo do Unitel Money, Gulami Nabi, considerou que o nível de inclusão financeira ronda os 36%, o que significa que 64% da população adulta em Angola está excluída, sendo as carteiras digitais veículos cruciais para alterar esse quadro.

Defendeu também a necessidade de se apostar na educação financeira e estreitar relações de todos os agentes deste sector, para promover iniciativas sustentáveis.

Sobre o volume de utilizadores do serviço nas suas plataformas, adiantou que o Unitel Money conta com mais de 1.8 milhões de clientes registados, tendo mais de 35 mil pontos no país.

Por outro lado, Gulami Nabi apontou a existência de alguns constrangimentos que precisam ser ultrapassados e sanados pelo regulador, para assegurar maior sincronia entre os operadores do Mobile Money em Angola.

Na mesma ocasião, o director de Marketing do Banco Milennium Atlântico, Bruno Pinto, afirmou que já existem várias soluções que substituem o dinheiro físico pelo digital, mas urge a necessidade de se apostar mais na disseminação da carteira electrónica.

Já o director do E-Kwanza Bai, Nuno Veiga, considerou as plataformas financeiras digitais como uma ferramenta crucial para a inclusão financeira.

Em Angola, o serviço Mobile Money está disponível pela Unitel Money, Afrimoney,  E-Kwanza do BAI, E-Kumbu do Banco Sol, entre outras plataformas.

O Fórum sobre a utilização da moeda digital juntou operadores e especialistas do ramo, que abordaram o tema “Desafios e estratégias para um ambiente digital mais seguro em Angola”. OPF/QCB





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