Ndalatando – Cento e oito empresas de produção de inertes, que operam no Cuanza Norte, cessaram a actividade, nos últimos seis anos, devido à crise económica e financeira, que afectou, sobretudo, o sector da construção civil.
Entre 2012 a 2015, a província controlava 120 empresas que ofereciam 194 postos de trabalho.
Quatro empresas produzem, actualmente, inertes, sobretudoareia, pedras e britas, destinados à construção civil, no Cuanza Norte, nos municípios de Cambambe e Golungo Alto, proporcionando perto de 20 postos de trabalho.
Falta de mercado e baixa capacidade de venda são apontadas entre as causas da desaceleração desta actividade mineira.
Em entrevista à Angop hoje, segunda-feira, em Ndalatando, o director do Gabinete Provincial de Desenvolvimento Económico e Integrado do Cuanza Norte, Fernando Humberto Mesquita, quando falava à Angop sobre a realidade actual da actividade mineira na região.
Referiu que às operações do sector mineiro no Cuanza Norte são, actualmente, dominadas pela exploração de inertes, que regista, presentemente, um abrandamento, influenciado pelo declínio do sector da construção civil.
De Janeiro de 2020 a Março de 2021 foram extraídos 132. 654 metros cúbicos de inertes e vendidos 114 mil 624 metros cúbicos, que resultaram numa facturação de 184 milhões, 498 mil e 300 kwanzas.
A província conserva um stock estimado em um milhão, 125 mil, 938 metros cúbicos, que aguardam por compradores, resultante da produção de anos anteriores.
Das trinta britadeiras existentes apenas três continuam a operar e 108 minas foram abandonadas por razões financeiras, no mesmo período.
O responsável da área comercial da empresa de produção de inertes Ngola Frilaja, Jailson Manuel, queixa-se da fraca clientela, alegadamente por dificuldades financeiras.
A procura baixou consideravelmente, sobretudo nos últimos três meses, por falta de dinheiro, indicou.
Preocupação idêntica foi manifestada pelos responsáveis das operadoras Pap & filhos e NPJ- Construções, Win PPy e Nádia Laranjeira, respectivamente.
Afirmaram que à falta de compradores poderá comprometer à continuidade das operações das empresas do sector.
Já, alguns cidadãos contactados queixaram se da alta de preços e da falta de dinheiro para à aquisição dos materiais.
O preço da carrada de areia de 18 m3 varia de 30 a 70 mil kwanzas, enquanto o da carrada de brita vai de 153 a 170 mil kwanzas, consoante a distancia entre o local de extracção e o de descarga.
Os inertes mais explorados na província são solos vermelhos, areias siliciosas, gravilhas, burgau, calcários e dolomite.
Além da exploração de inertes, há também sete empresas licenciadas para à exploração de granito, mármore, quartzito e ferro nos municípios do Cazengo, Ngonguembo, Golungo Alto e Cambambe, todas paralisadas por razões financeiras.
Dados do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás (Mirempet) indicam a emissão, nos últimos 12 meses, de 22 licenças de prospecção e exploração mineira na província do Cuanza Norte.
Foram emitidas 15 licenças para a exploração de actividade mineira e sete destinadas à prospecção.