Luanda – O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) pretende investir cerca de USD 150 milhões na produção vegetal, ao longo do Corredor do Lobito, em especial no Leste, anunciou, esta quarta-feira, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João.
O governante, que falava à imprensa, no final de uma audiência com a presidente do Eximbank, Reta Jo Lewis, adiantou que o BAD já se comprometeu a fazer esse investimento no corredor estratégico para o desenvolvimento do país.
O Corredor, que se estende desde o Porto do Lobito, atravessa Angola de Oeste a Este, passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico. Abrange as áreas de mineração da província de Katanga, na República Democrática do Congo (RDC), e Copperbelt, na Zâmbia.
Com gestão privada, o Corredor do Lobito integra as infra-estruturas do Porto do Lobito, o Terminal Mineiro, o Aeroporto da Catumbela e o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB).
Para a SADC, o corredor é visto como um importante meio de desenvolvimento da região, com benefícios para Angola e os países vizinhos (RDC e Zâmbia).
Conforme o ministro da Economia e Planeamento, além do BAD, a Agência Multilateral de Garantia de Investimento, braço do Banco Mundial, quer garantir as operações do consórcio que ganhou a gestão da Linha Férrea do Corredor do Lobito.
O governante disse que o consórcio vai investir cerca de USD 300 a 400 milhões no aumento da frota de comboios, enquanto o Banco Mundial se comprometeu com cerca de 300 milhões de dólares para ajudar na produção de grãos.
De acordo com Mário Caetano João, a ideia do Banco Mundial é trazer algumas plataformas logísticas para Angola, a fim de ajudar a criar a cadeia de valor.
Ainda esta quarta-feira, o governante angolano avaliou, com o embaixador da China em Angola, Gong Tao, assuntos relacionados com a cooperação bilateral.
Durante a audiência, as partes falaram sobre novas formas de cooperação, sobretudo nos domínios da Indústria, Agricultura, Pesca e novas tecnologias de informação.
Em declarações à imprensa, o ministro referiu que nos últimos tempos regista-se, de forma regular, a entrada de novos operadores e empresas chinesas em Angola, que produzem bens e serviços, embora muitas destas não sejam “muito notáveis”.
“Um dos pontos da visita foi criar estratégias para tirar essas empresas do anonimato e terem maior visibilidade”, expressou o governante, tendo acrescentado que o ambiente de negócios em Angola é estável e atrai muitos investidores asiáticos.
Mário Caetano João sublinhou que os investidores chineses, em particular, têm investido no país, sobretudo nas áreas da Agricultura, Pescas, Tecnologias e Construção Civil.
Por sua vez, Gong Tao disse que a cooperação entre Angola e a China vai continuar, razão pela qual estão a criar estratégias para que seja cada vez mais sólida.
A cooperação entre os dois países, de 40 anos, intensificou-se nos últimos 20, com as transacções comerciais a atingirem 27,34 mil milhões de dólares, em 2022, de acordo com dados do Governo Chinês.
Desde o processo de reconstrução e construção de infra-estruturas de desenvolvimento de Angola, iniciado em 2002, a balança comercial entre os dois Estados estava fixada em 150 milhões de dólares, conforme os mesmos dados. LIN/VM