Luanda – O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) elogiou, esta sexta-feira, as decisões do Executivo angolano, nos últimos anos, que levaram à redução da dívida pública de 135 por cento para 62 %, devido a uma gestão prudente da inflação no país.
Na visão do presidente do BAD, Akinwumi Adesina, que manteve hoje um encontro com a ministra das Finanças, Vera Daves, Angola tem desenvolvido um trabalho responsável e significativo quanto às políticas da macro e micro economia, para a estabilização e valorização da moeda.
“Elogiei o trabalho do Ministério das Finanças, sobre a questão da dívida porque o custo era muito elevado, sendo que a taxa de endividamento de Angola atingiu cerca de 135% mas devido a uma gestão prudente da inflação conseguiu baixar significativamente para cerca de 62%, o que é incrível”, enfatizou o gestor do maior BAD.
Falando a jornalistas, à saída de uma audiência concedida hoje (dia 9) pela ministra Vera Daves, o presidente do BAD considerou que Angola tem contribuído para o aumento geral do capital do banco de forma consistente, com uma participação, nos últimos planos, com 30 milhões de euros.
Conforme disse o nigeriano Akinwumi Adesina, este facto tem permitido ajudar a janela concepcional do banco que se chama “Fundo Africano de Desenvolvimento (FAD)”.
O presidente do BAD adiantou que informou à ministra Vera Daves que saiu da cidade de Tânger, em Marrocos, directamente para Angola, onde o banco angariou mais de 8 mil milhões de dólares como recursos para o Fundo Africano de Desenvolvimento para apoiar os países de baixo rendimento.
Neste ínterim, disse ele, reiterei á ministra que o BAD tem disponível para Angola, todos os anos, cerca de 250 milhões de dólares para o sector privado, e a intenção é fazer muito mais pelo sector privado no sentido de garantir que o desenvolvimento, sem que seja necessário continuar contrair elevadas dívidas.
Por sua vez, a ministra Vera Daves de Sousa disse que foi uma reunião de cortesia e que serviu para reiterar o compromisso da parceria com o BAD, uma vez que Angola é parte da estrutura accionista do banco.
Conforme a ministra, o encontro, dentre outros objectivos, serviu para expressar a necessidade de Angola beneficiar do apoio do BAD no que diz respeito ao financiamento às infra-estruturas e a diversificação económica nacional.
Neste sentido, disse a ministra, o presidente do BAD apontou diversos caminhos para trabalhar com Angola, onde algumas dessas soluções passam por financiamento ao sector privado e não necessariamente pelo Estado, facto que agrada o Executivo Angolano.
Segundo a governante, este foi um encontro oportuno, numa altura que o país conta com um programa ambicioso relacionado com a agricultura (Planagrão), e o BAD tem a agricultura na sua agenda forte e, que, no entanto, ficou estabelecido com o BAD o compromisso da partilha informações ao detalhe sobre o “Planagrão”.
“E com o apoio do BAD e outros parceiros do banco mobilizarmos recursos para financiar o sector privado nas iniciativas relacionadas com o “Planagrão”, acrescentou.
Por outro lado, o BAD manifestou interesse em financiar iniciativas ligadas ao emprendedorismo, em particular, junto das mulheres e dos jovens. Igualmente pretende financiar o sector da educação junto das mulheres, neste particular o BAD tem interesse.
"Agora é preciso optimizar e tirar proveito dessa janela de oportunidade do BAD que sinalizou estar presente nos fórum e demais encontros e assim aproveitar da melhor maneira essa parceria", asseverou Vera Daves.
O encontro foi testemunhado pelo ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João.