IFI prevê crescimento económico de Angola em 3,1 por cento

     Economia           
  • Luanda     Quinta, 11 Fevereiro De 2021    14h48  
As bacias do Baixo Congo e Kwanza são terrestres, mas grande parte das explorações em Angola são realizadas no mar
As bacias do Baixo Congo e Kwanza são terrestres, mas grande parte das explorações em Angola são realizadas no mar
ANGOP

Luanda - O Instituto Financeiro Internacional (IFI) prevê um crescimento da economia de Angola em 3,1 por cento este ano, num cenário em que a Covid-19 continuará a dificultar as perspectivas do país.

"As nossas estimativas mostram que a economia de Angola contraiu-se 4,3 por cento, em 2020, e esperamos uma modesta recuperação económica de cerca de 3,1 por cento, este ano, devido à estabilização da produção petrolífera e ao levantamento das medidas de confinamento", reporta um Estudo do IFI, organização que reúne credores privados mundiais, sobre algumas economias africanas.

Segundo a Agência Lusa, a “Análise de Mercados Emergentes em África” enviada a credores privados, salienta que "as medidas de contenção, apoiadas pela gestão eficaz da crise e por um programa forte de políticas, implementando pelas autoridades de Angola, ajudaram a suavizar as consequências económicas e de saúde do choque da pandemia".

O documento, que incide sobre várias economias do continente africano, lembra que a moeda angolana, o Kwanza, depreciou-se 58 por cento, em 2020, o que ajudou  a mitigar o impacto da descida dos preços do petróleo nas posições orçamental e externa das contas públicas de Angola.

A dívida pública, acrescenta o Estudo do IFI, ressentiu-se da desvalorização da moeda nacional, fazendo com que o rácio em função do Produto Interno Bruto (PIB) tenha subido a um ritmo rápido para 122 por cento, em 2020.

Segundo o Estudo, é de notar que os prolongados preços baixos do petróleo prevaleçam nos próximos trimestres, pelo que o Instituto Financeiro Internacional "espera que a balança corrente continue a registar um défice, à volta de 5 por cento, e que a dívida externa continue a subir para cerca de 90 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), em 2022".

De acordo com o documento, é neste contexto que se explica a adesão de Angola à Iniciativa da Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) e os acordos alcançados com os credores chineses, com o IFI a estimar que o país venha a poupar cerca de 6,7 mil milhões de Dólares (equivalente a 5,5 mil milhões de Euros), nos próximos três anos.

"A reestruturação da dívida também vai fazer descer as necessidades brutas de financiamento para perto de 10 por cento do PIB, a médio prazo, e ajudar Angola a reduzir o volume da dívida para um nível mais gerível", descrevem os especialistas do IFI, concluindo que, “a nível político, o país deverá manter-se estável, com um presidente popular e reformista”.





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