Cazenga - Os funcionários administrativos do mercado do Asa Branca, no município do Cazenga, em Luanda, retomaram hoje as cobranças de taxas de vendas, 72 horas depois da paralisação do serviço, informou o seu administrador Ezequiel João.
Segundo o gestor do mercado, os funcionários paralisaram o serviço, alegadamente, por incumprimento de algumas de suas exigências pela empresa “Moreira”, gestora do Asa Branca.
Os funcionários exigem, entre outras questões, inscrição e pagamento da Segurança Social, aumento salarial e meios de trabalho.
A decisão de retorno ao trabalho ocorreu depois de um encontro com responsáveis da administração municipal que garantiram atender às exigências dentro dos próximos dias.
Com a paralisação das cobranças, durante três dias, registou-se um prejuizo calculado em dois milhões e 500 mil kwanzas.
“ Dos três dias de paralisação, isto é, desde segunda-feira (11), os prejuízos estão avaliados em 2,5 milhões de kwanzas, a razão de 700 mil kwanzas por dia, com uma média mensal de 20 a 22 milhões de kwanzas”, explicou gerente do Asa Branca.
Por outro lado, Ezequiel João referiu que a empresa gestora tem se furtado de fazer a manutenção do mercado, daí a degradação do sistema de iluminação e dos seus portões.
Realçou também o facto de haver apenas uma motorizada para a recolha dos resíduos, que é insuficiente pela dimensão do estabelecimento, uma situação que os força a recorrerem à administração municipal em busca de apoio.
Do valor arrecadado, acrescentou, 60 por cento vai para a empresa “Moreira”, gestora do mercado, e 40 por cento à administração municipal do Cazenga.
Destacou como áreas críticas do mercado a do fardo, de beleza, de material de construção, cozinha e do pescado, que precisam de uma intervenção urgente, para que as vendedeiras desenvolvam as suas actividades em segurança e com higiene.
“Os mercados devem ser vistos no âmbito social, como um local onde as pessoas conseguem sustento para as suas famílias e que deve ser preservado”, salientou.
Do lado dos trabalhadores, José João Lourenço, o responsável, disse que retomaram os trabalhos depois de um acordo efectuado na quarta-feira com responsáveis da administração municipal do Cazenga, relativamente à inscrição na segurança social e outras questões a seu tempo.
Disse que paralisaram apenas os trabalhos de cobrança, mas os de limpeza tiveram o seu curso normal.
Do leque de reivindicações, além da inscrição na Segurança Social, consta o aumento salarial de 30 para 70 mil kwanzas dos 146 trabalhadores do mercado e meios de trabalho, assim como a manutenção do estabelecimento.
A ANGOP voltou a contactar, no local, a direcção da empresa Moreira, gestora do Mercado Asa Branca, para reagir a propósito, mas mostrou-se indisponível. HDC/SEC/PPA